Comparação da toxicidade de Vicia villosa e Vicia sativa na alimentação de bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Veronezi, Luciane Orbem lattes
Orientador(a): Brito, Marilene de Farias
Banca de defesa: Brito, Marilene de Farias, Gava, Aldo, Dobereiner, Jurgen, Caldas, Saulo Andrade, Malafaia, Pedro Antônio Muniz
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10114
Resumo: No presente estudo caracterizou-se a epidemiologia, os sinais clínicos, as lesões macroscópicas e microscópicas da intoxicação espontânea e experimental por Vicia villosa, bem como a avaliação da possível toxicidade de Vicia sativa em bovinos. A doença granulomatosa sistêmica (DGS ervilhaca-associada) foi verificada em 7 propriedades distribuídas nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, onde a alimentação principal era aveia e/ou azevém consorciados com V. villosa e/ou de azevém consorciado com V. villosa e em menor quantidade V. sativa. Todos os bovinos que desenvolveram a doença eram vacas, em lactação e da raça Holandês. A DGS ervilhaca-associada foi reproduzida em seis vacas holandesas em lactação, através do fornecimento de V. villosa verde no cocho e em pastagens de V. villosa e azevém. Nos demais grupos experimentais (grupo 3, V. villosa/V. sativa/vacas, pastejo; grupo 4, V. sativa/vacas, pastejo; grupo 5, V. villosa/V. sativa/novilhas e grupo 6, V. villosa/novilhas, pastejo) não verificou-se alterações clínicas e patológicas relacionadas a DGS ervilhaca-associada. Das seis vacas que desenvolveram a doença granulomatosa sistêmica, uma vaca apresentou quadro clínico leve (grupo 2/vaca 6/V.villosa, pastejo), quatro vacas desenvolveram o quadro moderado da doença (grupo 1, vacas 1 e 2/V. villosa/cocho e grupo 2, vacas 4 e 5/V.villosa/pastejo) e apenas em uma vaca verificou-se o quadro grave da doença (grupo 2, vaca 3/V.villosa/pastejo). V. villosa foi tóxica para bovinos, produzindo doença granulomatosa crônica quando ingerida em quantidades superiores a 38,2g/kg/dia, por um período de 71 ou, em pastoreio direto por um período superior a 28 dias. As principais manifestações clínicas consistiam em áreas de alopecia e crostas na pele, coceira, febre, conjuntivite, diarreia, queda na produção de leite e perda de peso. Macroscopicamente verificaram-se múltiplos nódulos branco-acinzentados principalmente em linfonodos, rins e coração, e na histologia estes caracterizavam um infiltrado granulomatoso composto por macrófagos, linfócitos, células gigantes, células epitelioides, plasmócitos e eosinófilos. As pastagens de V. villosa quando ingerida por bovinos jovens, por um período 68 dias não produziu alterações clínicas. As pastagens de V. sativa quando ingerida por vacas de alta produção leiteira por um período de 76 dias não produziu doença granulomatosa crônica. A ingestão de V. villosa por períodos prolongados conduziu a baixos índices produtivos como: baixa produção leiteira, baixos índices reprodutivos e pode predispor o surgimento de doenças infeciosas. Na análise bromatológica determinou-se a presença de fitato, em pequenas quantidades, nas amostras de Vicia utilizadas na experimentação, em diferentes fases do seu crescimento. Os resultados das análises bioquímicas de amostras de sangue e fezes evidenciaram baixas quantidades séricas de zinco e excessivas perdas fecais de Ca e Zn nos animais intoxicados por V. villosa que desenvolveram a doença granulomatosa na forma moderada e grave, indicando um possível envolvimento de distúrbios de ordem metabólica na patogenia da doença.