Rekhet – A filosofia antes da Grécia: colonialidade, os exercícios espirituais e o pensamento filosófico africano na antiguidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rosa, Ellen Aparecida de Araujo lattes
Orientador(a): Noguera, Renato lattes
Banca de defesa: Silva, Walter Valdevino Oliveira, Seixas, Rogério Luis Rocha
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13477
Resumo: presente dissertação parte da concepção de descolonização epistêmica oriunda da corrente de estudos pós-coloniais e apresenta a categorização de colonialidade para refletir sobre a construção do pensamento eurocêntrico. Expõe a formação do mundo moderno que está indissociavelmente presente naquilo que compreendemos por ocidentalidade. Procurei recortar elementos para a estruturação de uma crítica filosófica ao eurocentrismo através dos mecanismos de colonialização estudados pela sociologia contemporânea e também por intermédio da leitura de pensadores tradicionais do cânone filosófico, de maneira a colocar em evidência que o projeto eurocêntrico racista e preconceituoso está diluído nas correntes filosóficas que serviram de pedra basilar a toda epistéme moderna. O esforço está colocado, categoricamente, contrário à presunção de um conjunto de conhecimentos imparcial. Como a crítica ao eurocentrismo sucede um apelo para o seu abandono, o esforço traz para o debate alternativas possíveis ao discurso hegemônico. Ensejar alternativas ao eurocentrismo incita a promoção de saberes não ocidentais enquanto objeto de análise, e o presente trabalho busca oferecer um caminho para pensar a filosofia, estando desassociado do discurso que reza o milagre grego como o suprassumo da cultura ocidental. Ou seja, é incorporado à análise elementos e pensadores egípcios que visam legitimar a rekhet enquanto atividade filosófica anterior ao período helenístico. Adentrando a filosofia africana, é feita uma interpretação dos ensinamentos do filósofo Ptah-Hotep à luz dos exercícios espirituais de Pierre Hadot, buscando demonstrar que a ocupação filosófica que coloca o sujeito no empenho de eternizar-se não está restrita ao pensamento grego.