A recepção do pensamento pan-africanista no Brasil: a coluna o mundo negro em o clarim d’alvorada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Almeida, Sandra Regina Araujo de lattes
Orientador(a): Perruso, Marco Antonio lattes
Banca de defesa: Perruso, Marco Antonio lattes, Pereira, Luena Nascimento Nunes lattes, Pereira, Amilcar Araujo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11492
Resumo: Essa dissertação tem por objetivo principal pesquisar a recepção do Pan-Africanismo no Brasil pelos intelectuais do movimento social negro e da imprensa negra, suas contribuições para o pensamento social no Brasil, além de investigar os intelectuais da imprensa negra brasileira paulista da década de 20 a 30, que permitiram promover um diálogo entre o Pensamento Pan-Africano e a realidade nacional brasileira (que possui um discurso de negação do racismo, apesar deste encontrar-se estruturalmente arraigado em nossa sociedade). O movimento fundado pelo Pan-Africanismo gerou debates entre continentes e intelectuais das mais diversas áreas de atuação profissional, desde os espaços culturais ao político. Os intelectuais negros produziram um conhecimento a partir da África e da periferia para compreender e explicar o poder que o processo escravista e colonizador provocou sobre as populações subjugadas. No Brasil, o movimento Pan-Africanista foi divulgado pelos intelectuais da imprensa negra após articulações entre jornalistas da imprensa negra dos EUA com a o Brasil. Estes intelectuais, que atuavam nos EUA, enxergavam no Brasil uma suposta igualdade de interação racial que lhes interessavam investigar. Porém, no Brasil, eram tomados por recepções carregadas de racismo, o que denunciava como falsa a dita igualdade racial. Apesar disto, a imprensa negra em nosso país teve um papel difusor da luta contra o racismo. Nesse sentido, foi consultado o jornal O Clarim d’Alvorada, e na pessoa de José Correia Leite, em busca de compreensão acerca da recepção do Pensamento Pan-Africano. Mais precisamente na coluna O Mundo Negro, onde justamente os textos implicavam no diálogo entre o Pan-Africanismo e a questão racial brasileira, e muitas vezes consistiu exatamente na tradução dos artigos de Marcus Garvey. O discurso em torno da existência de igualdade racial mascarava o conflito, que nunca deixou de ser um problema político/social e nem um objeto de interesse sociológico. O que comprovava isso, era a situação do negro nas primeiras décadas do século XX. Após as primeiras décadas de abolição da escravatura, a situação do negro ainda era de miséria e de grande exclusão social, com os negros destinados à marginalidade, em empregos subalternos, sem acesso à educação e vivendo em condições paupérrimas