O consumo do guaraná entre os estudantes do curso técnico em agropecuária do Instituto Federal do Amazonas, campus Maués: entre mitos, hábitos e saber científico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Macêdo Sobrinho, João Batista
Orientador(a): Gregório, Sandra Regina lattes
Banca de defesa: Ponciano, Nilton Paulo, Pereira, Jorge Luiz de Goes, Stefanuto, Vanderlei Antonio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12967
Resumo: Esta pesquisa foi desenvolvida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Maués, tendo como participantes os estudantes. Objetivou-se conhecer a relação existente entre os mitos e as crenças relacionadas ao consumo de guaraná (Paullinia cupana) em pó pelos estudantes e na concepção de um grupo de anciãos na cidade. Considerando o foco do trabalho e a carência de referencial teórico específico sobre a temática abordada, empregou-se a técnica do questionário, oficinas e entrevistas. O trabalho de pesquisa foi realizado com dois grupos específicos de estudantes: o primeiro grupo, vislumbrando os conhecimentos gerais sobre o guaraná com questões relacionadas a mitos, lendas, crenças, culturas, assim como, o guaraná visto como elemento social em Maués e em outros lugares. O segundo grupo focou a busca por conhecimentos específicos com relação ao guaraná associada às atividades físicas, com questionamentos voltados para os motivos do consumo do guaraná durante as atividades culturais e desportivas. Para o alcance dos objetivos desta pesquisa foi necessário buscar fundamentação teórica relacionada aos povos indígenas Sateré-Mawé, do guaraná e primeiros consumidores deste produto, destacando o contexto histórico e a origem do guaraná, assim como as diversas formas de consumo. O município de Maués, conhecido mundialmente como “terra do guaraná”, por ser o lugar onde se originou o guaraná, sendo conhecido pelos efeitos de resistência e longevidade. Ao longo de 182 anos de existência do município, a população de Maués aprendeu com os indígenas quanto ao hábito e as várias maneiras de consumir o guaraná, preservando os valores culturais e os costumes dos seus descobridores. Através de dados da pesquisa, foi possível traçar um perfil dos estudantes que consomem o guaraná e se esse consumo tem influência em sua vida como atletas, assim como em pessoas na terceira idade, identificando a relação como consumidores do guaraná em pó de Maués. Constatou-se que 70% dos discentes praticantes de atividades físicas são consumidores do guaraná em pó de Maués, consumindo o produto pelo menos 1 vez ao dia. Quanto à quantidade de guaraná em pó consumido, as pesquisas apontam que 65% dos entrevistados consomem aproximadamente entre 3,33 a 13,33g de guaraná ao dia. As principais formas de consumo do produto são: (1) pó comercial, moido – 55% e; (2) ralado na língua do pirarucu - 45%. Assim sendo, essa pesquisa também mostra que a comunidade Maueense consome o guaraná como um costume herdado de geração a geração, uma vez que em 95% dos entrevistados atribuem o consumo do guaraná à tradição familiar e as melhorias no desempenho durante as práticas de atividade físicas. Constatou-se ainda que parte da juventude não consome guaraná, mas os que o consomem, utilizam-no como tradição, para melhorar o desempenho físico e como fonte de energia (ergogênico) e de prazer, por ser o guaraná um produto natural, que representa o município e simboliza a ligação deste com a valorização da cultura Maueense. O consumo de Guaraná é uma atividade costumeira para a comunidade da cidade de Maués, é visto como um elo entre herança indígena e tradições que são reproduzidas em diferentes épocas do ano, é saudável, é economicamente acessível no local, tem sabor e significado de preservação da cultura local, além de ser elemento identificador do povo da região do médio amazonas, especialmente do nascido em Maués.