Determinação de tanino condensado em leguminosas forrageiras tropicais como indutor da fermentação ruminal e de sua ação anti-helmíntica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pereira, Tatiana Pires lattes
Orientador(a): Modesto, Elisa Cristina lattes
Banca de defesa: Muir, James Pierre, Ferreira, Evandro Maia, Almeida, João Carlos de Carvalho, Nepomuceno, Delci de Deus
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Departamento: Instituto de Zootecnia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10294
Resumo: Este trabalho foi dividido em quatro capítulos. O primeiro realizou-se com o objetivo de quantificar o teor de tanino condensado (TC) através da Reação de Stiasny e conhecer as classes de metabólitos secundários presentes pela técnica de prospecção fitoquímica e ressonância magnética nas leguminosas forrageiras tropicais Cajanus cajan (guandu-GUA), Gliricidia sepium (gliricidia-GLI), Flemingia macrophylla (flemingia-FLE), Cratylia argêntea (cratilia-CRA), Mimosa caesalpineafolia (sabiá) sendo que essa leguminosa tinha a fração casca e folha (SABc e SABf) entre os tratamentos. Os extratos obtidos foram divididos em: extrato total, número de Stiasny (NS), TC e não taninos. A FLE, CRA, GUA, GLI, SABf e SABc apresentaram os valores para o extrato total 13,20; 13,06; 8,28; 14,73; 15,67 e 6,22%, respectivamente. A reatividade pelo NS, na mesma ordem das leguminosas, foi de 11,25; 4,54; 7,37; 6,70; 23,06 e 71,62%, já o TC apresentou os seguintes valores 1,52; 0,59; 0,61; 0,96; 3,6 e 4,43% e o não tanino foi de 11,68; 12,46; 7,67; 13,75; 12,07 e 1,76%, respectivamente. Foram identificadas as seguintes classes de compostos secundários em maiores evidências: os sacarídeos, carboidratos, aminoácidos não protéicos e os glicosídeos cardioativos. Já para o TC, a intensidade foi baixa para grande parte das leguminosas, prevalecendo maior teor para CRA, GUA e SABf. Foi constatado como componente principal nos extratos o metil-inositol (açúcar). O segundo capítulo teve como objetivo avaliar nas leguminosas citadas acima e mais uma espécie, o Stylosanthes spp (estilosantes-EST), analisar os constituintes do TC com uso de solvente orgânico, tanino solúvel (TCE), tanino aderido à proteína (TCPB), tanino aderido à fibra (TCFB) e taninos condensados totais (TCT), características estruturais tais como: propelargonidina (PP); prodelfinidina (PD) e procianidina (PC); peso molecular (grau de polimerização–(DP); distância do peso molecular distribuído do polímero (PDI); peso médio da massa molecular (Mw); número médio da massa molecular (Mn); além de determinar a atividade biológica, através da técnica de proteínas precipitáveis por fenóis (PPP). As variáveis TCE, TCPB e TCT apresentadas foram influenciadas pelas diferentes espécies (P≤0,05). A fração TCFB não foi constatada nas leguminosas. Os pesos moleculares (Mw) foram influenciados pelas diferentes espécies (P≤0,05), variando de 737 a 1168 Da. As características estruturais (PP, PD, PC e PD:PC) tiveram variação entre as espécies estudadas. Objetivou-se com o terceiro capítulo avaliar a metanogênese (metano total (CH4-total), incubado (CH4 inc.) e fermentado (CH4 ferm.) e os parâmetros de fermentação ruminal (produção de gás total (PGT), pH, amônia (N-NH3), ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) frente aos TC presentes nas leguminosas e feno de Urochloa brizantha cv. marandu como controle (CTL). Foi testado também o efeito do polietileno glicol (PEG) sobre a fração folha do sabiá, que teve conteúdo de TC de 15,97%. Não foi observado alteração no pH (P≥0,05) para os tratamentos avaliados. No entanto, foram observadas diminuição da produção total de gás e produção de metano para todos os tratamentos com presença de TC (P≤0,05). Para o tratamento com PEG houve aumento de 27,01 (8% PEG) e 35,01 (16% PEG) na produção total de gás e 3,59 (8% PEG) e 4,15 (16% PEG) na produção de metano. GUA, FLE, SABc e SABf foram capazes de modificar (P≤0,05) a concentração de N-NH3 (mg/dL) juntamente com o CTL, que também apresentou valores inferiores comparado as leguminosas com traços e ausência do TC (ETL, CRA e GLI). Houve diferença (P≤0,05) para DIVMO entre as leguminosas e o controle, observou-se menor digestibilidade (P≤0,05) para FLE, GUA e SABf, em relação ao CTL, não sendo digestível o SABc. A DIVMO foi afetada pela adição de PEG na dieta do SABf. No perfil dos AGCC houve diferença (P≤0,05) para os tratamentos avaliados, com menor valor para as leguminosas com presença de TC. O quarto capítulo teve como objetivo testar o efeito da técnica de inibição da migração larval (IML) in vitro do TC proveniente das leguminosas em estudo (FLE, CRA, GUA, GLI, EST, SABf e SABc) sobre as larvas infectantes L3 do nematóde o Haemonchus contortus (HC) comparando com Ivermectina e controle negativo (líquido ruminal e tampão). Entre as leguminosas estudadas o SABf e GUA não diferiram entre si (P≥0,05), com as maiores porcentagens IML (34,75% e 34,33%). As leguminosas GUA, FLE e SABc não diferiram entre si (P≥0,05), apresentando moderados valores de IML (30,25%, 30,0% e 29,75%, respectivamente). Entre as leguminosas estudadas a menor porcentagem de IML foi para CRA (18,46%), GLI (23,75%) e controle negativo (líquido de rúmen e tampão) valores próximos do controle positivo com Ivermectina (22,0%).