Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Júlio César de Lucena
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Orientador(a): |
Anjos, Lúcia Helena Cunha dos
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
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Departamento: |
Instituto de Agronomia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10718
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Resumo: |
O termo etnopedologia surgiu e foi aplicado como abordagem para o estudo do conhecimento local do solo a partir da década de 80 em comunidades agrícolas no México. A partir daqueles estudos, foram ampliadas as fronteiras da sua aplicação. O Brasil tende a ser considerado como pólo de difusão, haja vista a diversidade cultural contemplada, notadamente no que se refere às comunidades indígenas e sua agricultura tradicional. Os objetivos deste estudo foram: revelar o conhecimento dos índios Guarani Mbya a respeito da diferenciação de ambientes para a agricultura local; caracterizar atributos do solo e avaliar a aptidão agrícola de terras qualificadas pelos Mbya para agricultura; comparar e selecionar indicadores edáficos que corroborem na interpretação formal do conhecimento local dos Guarani Mbya. O estudo foi realizado em 2005 e 2006, na Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Promirim, localizada no município de Ubatuba, Estado de São Paulo. Para identificar os atributos do solo que correspondessem ao conhecimento local foi aplicada a análise de componentes principais (ACP) aos dados físicos e químicos de amostras de solo, coletadas nas profundidades de 0-5 e 5-10cm. Estas profundidades foram escolhidas em função do conhecimento local na descrição de terras para a agricultura, que prioriza os 10cm superficiais do solo. Os Mbya identificaram duas classes de terras , as boas , destinadas ao uso agrícola, e as ruins , destinadas para outros fins. Estes ambientes foram diferenciados pelo estágio sucessional da floresta secundária, de acordo com o conhecimento local. Os estágios mais iniciais, destinados à agricultura, eram locais historicamente manejados pelo sistema de corte e queima, e os mais avançados, utilizados para a caça e coleta. Os Mbya também ordenaram as terras boas (TBs) quanto ao seu potencial agrícola em forma descendente. Este ordenamento foi realizado em função dos atributos do solo cor, textura e sua relação com a umidade. Cores escuras e solos com conteúdos maiores de barro condicionaram as melhores terras para cultivo do milho tradicional (avaxi etei), segundo o conhecimento local. Os Guarani Mbya mostraram maior detalhe na avaliação do potencial agrícola das terras quando comparado ao Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras (SAAAT). O SAAAT classificou tanto terras boas quanto terras ruins na mesma aptidão, regular para pastagem natural (5n). Os resultados da ACP demonstraram que solos de textura média ou mais argilosa estavam correlacionados com os maiores valores de soma de bases e saturação por bases no complexo sortivo e, conseqüentemente, os menores teores de alumínio e valores de saturação por alumínio. A metodologia aplicada permitiu identificar atributos do solo que traduzem a distinção entre ambientes apropriados para o uso agrícola e o não agrícola, bem como o ordenamento das terras com maior potencial agrícola conforme realizado pelos Mbya. |