Proposta de abordagem da indeterminação de referência genérica no ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cordella, Mariana Diniz lattes
Orientador(a): Freire, Gilson Costa
Banca de defesa: Freire, Gilson Costa, Marins, Juliana Esposito, Pereira, Marli Hermenegilda
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15428
Resumo: Segundo pesquisas sociolinguísticas (cf. DUARTE, 2007; MARINS, SOARES DA SILVA; DUARTE, 2017), no Português do Brasil, competem com a tradicional estrutura de indeterminação de referência genérica (se + verbo na 3ªp.s.) outras variantes constituídas por formas pronominais plenas, como você e a gente, muito frequentes na modalidade oral. Por outro lado, a escrita brasileira ainda exibe alta frequência da variante tradicional juntamente com o uso da forma verbal associada a nós com a posição de sujeito não preenchida (cf. DUARTE; FREIRE, 2014).Com base nas contribuições da Sociolinguística Variacionista ao ensino (COAN; FREITAG, 2010; VIEIRA; FREIRE, 2014), como os contínuos de variação linguística propostos por Bortoni-Ricardo (2004), este trabalho teve como objetivo geral oferecer uma contribuição ao ensino de Língua Portuguesa no que diz respeito à abordagem da variação linguística na descrição de fenômenos sintáticos, em especial a indeterminação de referência genérica, por meio de uma mediação pedagógica aplicada em uma turma de 8º ano do ensino fundamental de uma escola municipal de Barra Mansa-RJ. Os objetivos específicos foram estes: (i) fazer um levantamento das estruturas de indeterminação do agente de referência genérica presentes nos textos dos alunos, descrevendo seu comportamento linguístico em cada produção textual; (b) levar esses mesmos alunos ao emprego das variantes de indeterminação prestigiosas em seus textos escritos, de acordo com o contexto comunicativo. Para alcançar esses objetivos, a mediação didática foi desenvolvida segundo a metodologia da pesquisa-ação (cf. TRIPP, 2005), com atividades de leitura e produção de textos organizados num contínuo oralidade-letramento, culminando com a retextualização de um relato de opinião da fala para a escrita, por meio da aplicação de algumas das operações descritas em Marcuschi (2001). Os resultados demonstraram que os alunos não só identificaram a distribuição das variantes de indeterminação ao longo do contínuo, mas também conseguiram operar com as duas variantes prestigiosas de indeterminação, nós e se, no texto situado no campo do letramento do contínuo, conforme as práticas de escrita dos brasileiros letrados em eventos de comunicação com o traço de letramento. Por conseguinte, ao abordar a indeterminação como um fenômeno variável, a mediação pedagógica representou uma proposta concreta de trabalho com a variação linguística em sala de aula, em consonância com as orientações oficiais para o ensino de Português, como a BNCC (BRASIL, 2018).