Influência de fatores bióticos e abióticos na metacomunidade de helmintos parasitos de pequenos mamíferos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cardoso, Thiago dos Santos lattes
Orientador(a): Luque Alejos, José Luis Fernando lattes
Banca de defesa: Luque Alejos, José Luis Fernando lattes, Silva, Claudia Portes Santos lattes, Tavares, Luiz Eduardo Roland lattes, Olifiers, Natalie lattes, Pinto, Pedro Cordeiro Estrela de Andrade lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9612
Resumo: Parasitos são organismos amplamente distribuídos e tem um papel fundamental para a biodiversidade, pois podem regular populações de hospedeiros, interferir em interações ecológicas, alterar todo um ecossistema pelo efeito cascata e influenciar em padrões evolutivos dos hospedeiros. Apesar disso, ainda são poucos os estudos envolvendo interação ecológica parasito-hospedeiro, especialmente em habitats naturais. O objetivo geral desta tese foi analisar a estrutura das metacomunidades de helmintos em espécies de pequenos mamíferos, investigando-se a influência de fatores bióticos e abióticos na composição de espécies destes parasitos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), estado do Rio de Janeiro. Roedores e marsupiais foram coletados em transectos lineares em três localidades. Foi investigada a influência de fatores bióticos (idade e sexos dos hospedeiros) e abióticos (município de coleta) nos parâmetros parasitológicos das espécies de helmintos mais prevalentes. Foram analisadas as estruturas de metacomunidades de pequenos mamíferos e helmintos utilizando-se a Análise de Estrutura de Metacomunidades. A influência de variáveis ambientais, representadas pelo micro-habitat, e espaciais, calculadas a partir de coordenadas geográficas, na composição das espécies de helmintos também foi investigada. Foram capturadas 20 espécies de pequenos mamíferos, das quais 12 estavam parasitadas por helmintos. Foram recuperadas 29 espécies de helmintos pertencentes aos filos Nematoda, Platyhelminthes e Acantocephala. As espécies Aspidodera raillieti, Cruzia tentaculata, Turgida turgida e Viannaia hamata apresentaram os maiores valores de prevalência e/ou abundância no marsupial Didelphis aurita, tal como a espécie Stilestrongylus aculeata no roedor Akodon montensis, e Stilestrongylus lanfrediae, nos roedores Oligoryzomys flavescens e Oligoryzomys nigripes. Algumas espécies de helmintos foram influenciadas tanto pelo sexo e idade dos hospedeiros quanto pela localidade. Foi observado maior compartilhamento de espécies de helmintos entre hospedeiros relacionados filogeneticamente e/ou ecologicamente, corroborando a importância da coevolução parasito-hospedeiro na composição das espécies. Akodon montensis parece atuar como uma espécie-chave na comunidade, compartilhando espécies de helmintos com outros roedores. Contudo, D. aurita foi a espécie com maior riqueza total e média de espécies de helmintos. Considerando-se roedores e marsupiais juntos, apenas a metacomunidade de helmintos no nível de infracomunidade apresentou padrão de estruturação não aleatório, sendo registrada uma estrutura quase-Gleasoaniana. Este padrão indica que as espécies respondem a um mesmo gradiente ambiental, porém de forma individual, havendo substituições ao invés de perdas de espécies ao longo do gradiente. A composição de espécies de helmintos desta metacomunidade variou em função tanto do gradiente ambiental, indicado pelas variáveis cursos d’água e sub-bosque, quanto espacial, indicando que diferenças entre localidades foram maiores que em escala local. Os resultados indicaram que a metacomunidade destes parasitos estudados foi influenciada não apenas pelos grupos taxonômicos de hospedeiros, mas também pelos fatores abióticos e pelas escalas espaciais investigadas