Terra, trabalho e relações interétnicas nas vilas e aldeamentos indígenas da Província do Espírito Santo (1845-1889)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Tatiana Gonçalves de lattes
Orientador(a): Moreira, Vania Maria Losada lattes
Banca de defesa: Moreira, Vania Maria Losada lattes, Mattos, Izabel Missagia de lattes, Silva, Edson Hely lattes, Ribeiro, Luiz Cláudio Moisés lattes, Amantino, Marcia Sueli lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10087
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo compreender as experiências dos índios nos aldeamentos, nas vilas e nos chamados “sertões” da Província do Espírito Santo, a partir da problemática da terra e do trabalho. Está dividida em cinco capítulos. Ao longo deles é desenvolvida a tese de que diante do avanço dos projetos colonialistas, as populações indígenas mobilizaram variadas estratégias para enfrentar os desafios impostos pelas novas relações interétnicas. O recorte temporal escolhido foi entre 1845 e 1889 e é relevante, do ponto de vista político, pois, a partir de 1845, com a promulgação do Regulamento Acerca das Missões de Catequese e Civilização dos Índios (Decreto 426 de 24/07/1845), estruturou-se a política indigenista adotada no Império do Brasil. Esse documento, visto em conjunto com a Lei de Terras de 1850, possibilitou discutir as experiências dos variados grupos étnicos e indígenas, suas trajetórias e as relações interétnicas estabelecidas na região. Na Província do Espírito Santo, a aplicação destes ordenamentos políticos e jurídicos foram analisados em duas experiências históricas distintas: nos aldeamentos e nas vilas indígenas. Buscamos evidenciar aspectos comuns vivenciados por diferentes sujeitos indígenas, especialmente a resistência contra o esbulho de suas terras. A documentação fundamental utilizada nesta pesquisa encontra-se sob a guarda do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, nos fundos Governadoria e Agricultura. Outras fontes importantes empregadas foram os registros eclesiásticos de batismo, casamento e óbito disponíveis no Centro de Documentação e Informação da Arquidiocese de Vitória - CEDAVES. Além desse repertório documental, também foram analisados jornais, relatos de viajantes, mapas, imagens, entre outros. O cruzamento destes documentos possibilitou perceber um amplo cenário social vivido pelas populações indígenas residentes nas vilas de Santa Cruz, Nova Almeida e Benevente, e nos aldeamentos do Mutum e Imperial Afonsino. Não obstante toda a violência das relações de contato e das interações interétnicas, demonstramos as alianças, as resistências e os protagonismos dos distintos grupos étnicos nas experiências sociais e políticas em que estavam inseridos