Estudo do balanço simpatovagal e dos efeitos do pimobendan na variabilidade da frequência cardíaca de cães portadores de insuficiência cardíaca por doença valvar degenerativa crônica de mitral sob tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Trindade, Daniel de Castro lattes
Orientador(a): Olivares, Emerson Lopes
Banca de defesa: Olivares, Emerson Lopes, Fortes, Fabio Silva de Azevedo, Miranda, Amarildo, Silveira, Anderson Luiz Bezerra da, Paiva, Jonimar Pereira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10159
Resumo: A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) constitui um método capaz de aferir a modulação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) sobre o coração, permitindo determinar possíveis alterações simpatovagais. A análise do domínio de tempo e frequência são tipos de processamento de sinal utilizados para investigar essa variabilidade, ambos dependentes da eficácia das medidas dos intervalos RR. O objetivo deste estudo foi avaliar o balanço simpatovagal através da análise da VFC pelo método de Holter em cães portadores de doença valvar submetidos à terapia farmacológica convencional para insuficiência cardíaca ou associada à droga Pimoendan. Utilizamos 37 cães adultos (13 machos e 24 fêmeas), de 03 a 14 anos de idade e de diferentes raças, formando 03 grupos experimentais: CONT (cães sadios não submetidos a qualquer tratamento); CTP (cães cardiopatas submetidos à terapia convencional para ICC) e CTP + Pimo (cardiopatas submetidos à terapia convencional para ICC, associada ao Pimobendan). O exame Holter foi realizado em diferentes clínicas veterinárias do estado do RJ, com duração de 30 minutos e após um período mínimo de 30 dias do início das terapias. Os parâmetros estudados foram: frequência cardíaca mínima; média; máxima e N° QRS. No domínio do tempo foram estudados os valores de: NN médio, SDNN, SDANN, SDNN índex, rMSSD e pNN50. No domínio da frequência foram estudados os valores: HF; LF; VLF; LF/HF. Os valores estatísticos foram representados como média ± s.e.m. Os valores médios das frequências cardíacas mínima, média, máximas e número de complexos QRS apresentados pelos cães dos diferentes grupos não mostraram significância estatística (P > 0,05). Nos valores médios do estudo da VFC no domínio do tempo, os animais dos grupos CTP e CTP + Pimo apresentaram redução significativa (P < 0,05) dos seguintes parâmetros (SDNN; SDANN; SDNNIDX; RMSSD e pNN50) vs grupo CONT. No domínio da frequência, os grupos CTP e CTP + Pimo mostraram valores significativamente inferiores da potência total de espectro vs CONT (P < 0,05); menores valores de LF do grupo CTP vs grupo CONT (P < 0,05); maiores valores de LF do grupo CTP + Pimo vs CTP (P < 0,05), menores valores de VLF do grupo CTP + Pimo vs CONT (P < 0,01); menores valores da razão LF/HF do grupo CTP vs CONT (P < 0,05) e maiores valores para CTP + Pimo vs CTP (P< 0,01). Nosso estudo mostrou mudanças significativas da redução da VFC nos domínios do tempo e da frequência nos grupos CTP e CTP + Pimo quando comparados ao grupo CONT. Porém, cães tratados com Pimobendan não mostraram evidência significativa em melhora de seus parâmetros da VFC quando comparado aos outros cães cardiopatas que não receberam esta droga, pelo menos durante o período proposto nesse estudo. As alterações em parâmetros da VFC em cães cardiopatas foram capazes de se manter mesmo trabalhando com pacientes apresentando grande diversidade racial, de pesos, sexo e idade; mostrando valores significativamente inferiores nos domínios do tempo e frequência quando comparados aos cães normais. A terapia com Pimobendan, ainda não descrita na literatura como capaz de influenciar parâmetros da VFC em cães cardiopatas, em nosso estudo mostrou que animais tratados com essa droga apresentaram maior modulação simpática, comprovada através da relação LF/HF.