“Eu poderia até ser a professora” : conflitos entre formação e prática a partir do PROINFANTIL em Nova Iguaçu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Queiroz, Isabele Lacerda lattes
Orientador(a): Motta, Flavia Miller Naethe lattes
Banca de defesa: Ramos, Lilian Maria Paes de Carvalho, Frangella, Rita de Cássia Prazeres
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13005
Resumo: O presente trabalho traz à discussão as possibilidades da relação entre formação e prática de professores, analisando especificamente o Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil – PROINFANTIL, que ocorreu no município de Nova Iguaçu no período de julho de 2009 a julho de 2011. O programa é uma parceria entre governo federal, estados e municípios e busca formar em nível médio, na modalidade normal, os professores que atuam na Educação Infantil sem a formação mínima exigida pela Lei nº 9.394/1996. Em Nova Iguaçu, o PROINFANTIL formou 19 professores cursistas, oriundos de Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) e Creches Comunitárias Conveniadas, que agora possuem habilitação em magistério para a Educação Infantil. A pesquisa tem por objetivo discutir as primeiras implicações do PROINFANTIL nas práticas dos professores formados pelo programa no referido município, tendo como foco os discursos nelas produzidos, buscando conhecer os desafios, as tensões e continuidades desta formação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, inserida no campo das ciências humanas. Para os fundamentos teóricos optamos pelas contribuições dos estudos de Mikhail Bakhtin (1986, 1997, 2008), que concebe a linguagem como elemento central da vida em sociedade; do conceito de experiência em Walter Benjamin (1994), que não diferencia os pequenos dos grandes fatos, concebendo a importância da narração das experiências; e do conceito de práxis em Paulo Freire (1987, 2001), que propõe uma reflexão da prática pautada na consciência crítica e transformadora da realidade. Esses autores dialogam na medida em que consideram o sujeito como um ser da linguagem, da história e da cultura, capaz de transformar o mundo através da experiência social. Para a inserção no campo de pesquisa utilizamos a observação participante, entrevistas e os memoriais de formação de duas professoras que participaram do PROINFANTIL, sendo uma em Escola Municipal de Educação Infantil e uma em Creche Conveniada. Essa escolha se deu em função das diferentes naturezas dessas instituições. O mergulho no campo fez emergir quatro categorias de análises que apresentaram importantes tensões entre formação e prática, quais sejam: identidade, cuidar e educar, precariedade e valorização, e contribuições do PROINFANTIL. O resultado deste trabalho aponta que o PROINFANTIL apresentou ambiguidades, uma vez que, ao proporcionar uma formação de qualidade, não atentou para a complexidade do público atendido, não fornecendo condições de que as professoras, agora formadas, garantam condições ao efetivo exercício do magistério nas instituições em que trabalham. Por outro lado, o curso movimentou essas profissionais no sentido de desenvolverem um olhar mais crítico sobre suas práticas e suas condições de trabalho.