Vocalizações subaquáticas e fenômenos não lineares em focas antárticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Maciel, Israel de Sá lattes
Orientador(a): Simão, Sheila Marino
Banca de defesa: Simão, Sheila Marino, Silva, Ana Telles Carvalho e, Silva, Hélio Ricardo da, Oliveira, Rodrigo Hipólito Tardin, Esberard, Carlos Eduardo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10805
Resumo: Pinípedes produzem uma variedade de sons subaquáticos que frequentemente são relacionados com atividades reprodutivas e interações sociais. Diversas espécies de focas apresentam evidências de vocalizações com variações geográficas e individuais. A maioria dos trabalhos com focas estudou o repertório em ambiente terrestre e com olhares para as análises lineares. Entretanto, algumas características das vocalizações não podem ser explicadas apenas com análises lineares ou levando em conta apenas uma parte da vida do animal. Os fenômenos não lineares (FNLs) presentes em vocalizações (banda lateral, harmônico, sub-harmônico, bifonação, pulos de frequência e caos determinístico) ainda são pouco estudados. Dada a importância deste fenômeno nas vocalizações para o reconhecimento individual, principalmente em mamíferos sociais, este trabalho buscou estudar as vocalizações subaquáticas de focas antárticas, visando conhecer seu repertório vocal e seus FNLs, bem como discutir a possível função dos mesmos. Em 2013, a Marinha do Brasil realizou gravações acústicas na Ilha Meia Lua na Antártica. Nesta coleta foram registrados 128GB de arquivos de som nos dias entre 12 e 30 de novembro, totalizando 7.448 arquivos de 3 minutos cada. Nestas gravações foi constatada a presença de focas pertencentes à Tribo Lobodontini. Contatou-se também a presença de 15 tipos de vocalizações no período entre os dias 12 a 16/novembro. Em todos os dias que houve gravações de focas foi observado um padrão nos tipos L, K e E, organizados na sequência K, L e E, respectivamente. Após a inspeção visual de todos os arquivos, foram encontrados pulos de frequência, bifonações, harmônicos, bandas laterais e caos determinístico em nove tipos de vocalizações (A, C, E, F, K, L, M, N e O). As não linearidades foram abundantes em todos os arquivos, estando presentes em 75,56% (N=1829) das vocalizações. O caos determinístico foi o mais comumente observado, estando presente em 53,86% das feições não lineares e 43,08% das vocalizações em geral. Levando em conta apenas as vocalizações tonais, 88,85% das vocalizações foram não lineares. A repetição do padrão KLE parece apresentar uma função de reconhecimento. Os FNLs, principalmente os do tipo caos determinístico, estiveram muito presentes nas vocalizações estudadas, indicando que este tipo de emissão possui uma função importante na comunicação. Além disso, estes parecem pertencer ao repertório acústico padrão de Lobodontines antárticos.