Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Salmi, Alexandre Porto
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Orientador(a): |
Abboud, Antônio Carlos de Souza |
Banca de defesa: |
Abboud, Antônio Carlos de Souza,
Araújo, Ednaldo da Silva |,
Zonta, Everaldo,
Balieiro, Fabiano de Carvalho,
Ribeiro, Raul de Lucena Duarte |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia
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Departamento: |
Instituto de Agronomia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10039
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Resumo: |
Atualmente, devido ao aumento da pressão sobre os recursos naturais, sobretudo o solo e sua cobertura vegetal, o desafio à produção de alimentos é a busca por sistemas de produção agrícola adaptados localmente, de tal forma que a dependência de insumos externos e de recursos naturais não-renováveis seja mínima. As técnicas utilizadas em agricultura alternativa buscam mobilizar harmoniosamente todos os recursos disponíveis na unidade de produção, com base na ciclagem de nutrientes e maximização do uso de insumos gerados in loco. Dentre as diversas práticas, merece destaque a adubação verde, que consiste na utilização de plantas em rotação ou consórcio com as culturas de interesse econômico. Tais plantas podem ser incorporadas ao solo ou roçadas e mantidas na superfície, proporcionando, em geral, uma melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo. Nessa ótica é que se pensou em utilizar a espécie Flemingia macrophylla em sistema de cultivo em aléias consorciadas com hortaliças, neste caso alface, chicória e rúcula. Foram avaliados vários aspectos agronômicos da espécie, a fim de, possibilitar a adequação de seu manejo fitotécnico ao ser consorciada com essas culturas. Para tanto uma das ações experimentais realizadas foi à avaliação da capacidade da rebrota de flemingia, por meio da implantação de diferentes alturas de corte (0,0 m; 0,3 m; 0,6 m; 1,2 m do nível do solo). Os tratamentos foram impostos em plantas que se encontravam com um ano de desenvolvimento no campo. O tempo de avaliação foi de dois anos, possibilitando realização de oito cortes, onde quantificou-se a matéria seca e os teores de nitrogênio da parte aérea de flemingia e parâmetros biométricos como altura, diâmetro do caule e número de ramificações. O corte mais alto favoreceu a produção de biomassa, que reduziu à medida que altura de corte diminuiu, para todas as épocas de corte. Essa mesma tendência foi observada para acumulação de nitrogênio na parte aérea da rebrota. Outra ação experimental realizada foi à avaliação da dinâmica de decomposição e liberação de nutrientes da parte aérea de flemingia, associada à atividade da fauna edáfica. Para essa quantificação, utilizou-se bolsas litter bags contendo, os três diferentes tratamentos adotados: folha, caule e caule+folha. Tais bolsas foram inseridas no campo simultaneamente e, ao longo do tempo foram retiradas para pesagem e, após secas e moídas, encaminhadas para avaliação dos teores dos nutrientes N, P, K, Ca e Mg. Por meio de Funis de Berleese instalados em um armário com lâmpadas dispostas acima dos mesmos, coletaram-se em frascos localizados abaixo dos funis, os invertebrados que colonizavam o material remanescente que, posteriormente foi triado no Laboratório de Fauna do Solo da Embrapa Agrobiologia. Observou-se uma correlação positiva entre a presença desses animais na biomassa remanescente e o processo de decomposição e liberação de nutrientes da parte aérea de flemingia. A ação experimental que utiliza flemingia em um sistema de cultivo em aléias foi realizada na “Fazendinha Agroecológica do KM 47” no ano de 2010, onde aléias constituídas por flemingia pré-estabelecidas foram consorciadas com alface, chicória e rúcula. Aplicaram-se diferentes tratamentos nas aléias de flemingia, a saber: testemunha (ausência de aléias); corte a 1,2 m com deposição da palhada sobre os canteiros; ausência de corte (±3,5 m de altura) e avaliou-se parâmetros de produção como diâmetro, matéria fresca, matéria seca e número de folhas. Neste mesmo experimento avaliou-se a transferência de nitrogênio da palhada de flemingia para as hortaliças por meio da técnica da diluição isotópica de 15N. Avaliou-se a incidência de plantas espontâneas para os diferentes tratamentos adotados. A contribuição da palhada de flemingia na nutrição nitrogenada das hortaliças foi observada desde o plantio até a colheita e complementa as necessidades nutricionais das hortaliças avaliadas. Em relação aos parâmetros de produção, observou-se que na testemunha foram superiores aos demais tratamentos, sendo seguido do corte a 1,2 m com deposição da palhada sobre os canteiros e posteriormente pela ausência de corte. Esse comportamento reflete a limitação da incidência luminosa sobre o dossel das hortaliças, sendo que à medida que se sombreou mais o dossel, os parâmetros de produção foram reduzidos. A palhada de flemingia forma uma excelente cobertura morta, o que evita o surgimento de plantas indesejadas nos canteiros cultivados com hortaliças. Desta forma, no ano de 2011 novamente foi realizado o cultivo em aléias de flemingia, porém, substituiu-se o tratamento com corte 1,2 m nas faixas para um corte mais baixo, correspondente a 0,6 m de altura, possibilitando maior entrada de luz no dossel das hortaliças. Tal adequação no manejo fitotécnico, resultou em ganhos nos parâmetros de produção, e em alguns casos onde não houve adubação de cobertura o corte a 0,6 m de altura superou o tratamento testemunha. Os dados do presente trabalho demonstram que a espécie Flemingia macrophylla mostra-se como uma excelente alternativa de adubo verde para ser incluída em sistema orgânico de cultivo em aléias na produção de hortaliças. |