O acesso às universidades por negros e empobrecidos: os impactos causados pela EDUCAFRO no contexto da democratização do ensino superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Marcio Roque Neri da lattes
Orientador(a): Bahia, Bruno Cardoso de Menezes lattes
Banca de defesa: Bahia, Bruno Cardoso de Menezes lattes, Santos, Ramofly Bicalho dos lattes, Silva, Gabriel Borges da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12894
Resumo: O povo negro, mesmo após a abolição da escravidão, não participou da sociedade brasileira com os mesmos direitos e acessos sociais. As oportunidades acabaram sendo restritas e o Ensino Superior não fez parte das oportunidades e possibilidades da maioria dos jovens negros. Da constatação dessa realidade, nasceram iniciativas populares e comunitárias para dar o suporte necessário para diminuir a distância entre a realidade e os sonhos dos jovens negros e empobrecidos. Na Baixada Fluminense no início da década de 1990, lideranças populares ligadas a Frei David Raimundo dos Santos, criaram um movimento para oferecer aulas preparatórias para o vestibular ministradas por voluntários da comunidade que tivessem experiências de sala de aula ou de conteúdo, como também fomentar a consciência cidadã. As aulas aconteciam nas dependências da Paróquia São João Batista em São João de Meriti. Com aquele grupo nasceu o Pré-Vestibular para Negros e Carentes (PVNC) e se desenvolveu a EDUCAFRO, que se tornou uma referência na preparação de jovens negros e carentes para o vestibular e um elemento de forte atuação na busca e implantação de políticas públicas de inclusão social através do Ensino Superior. De lá para cá, o Ensino Superior no Brasil passou por importante processo de democratização e muitos foram os passos dados pela sociedade brasileira nesse sentido, como o aumento de Instituições de Ensino Superior, a adoção de políticas públicas educacionais fundadas em ações afirmativas, como PROUNI, FIES e o Sistema de Cotas. Assim, o perfil do alunado universitário mudou e aumentou a diversidade cultural e social no Ensino Superior do Brasil. Esse processo significou uma revolução importante para a comunidade negra e beneficiou toda a sociedade brasileira, através do aumento da representatividade de setores sociais, como pobres e negros, que antes não tinham o espaço de protagonistas acadêmicos. Essa mudança de panorama tem importância para a inclusão social e diversidade nas universidades. O sistema de voluntariado adotado fez com que os jovens negros, carentes e das periferias impactados pela EDUCAFRO assumissem a condução de sua história e de suas comunidades. Assim aqueles que foram alunos se tornaram profissionais em diversas áreas e voltam como professores, voluntários e coordenadores dos núcleos da EDUCAFRO. Além de tornarem-se referência para novas gerações, permanecem apoiando para que outros tenham as mesmas oportunidades. Dessa forma, como mais um movimento em prol dos direitos de igualdade e em favor da inclusão social do negro, a EDUCAFRO se posiciona na história do Brasil como elemento de resistência e libertação. Este projeto objetiva estudar a forma como a EDUCAFRO e sua metodologia se desenvolveram pelo Brasil como instrumentos de inclusão social pela preparação de jovens, em sua maioria negra e empobrecida, para o Ensino Superior, bem como os impactos positivos na vida de milhares de pessoas.