Diagnóstico sorológico de Rickettsia spp. e Borrelia spp. em cães no município de Seropédica, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cordeiro, Matheus Dias lattes
Orientador(a): Souza, Miliane Moreira Soares de
Banca de defesa: Lopes, Carlos Wilson Gomes, Cunha, Nathalie Costa da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11916
Resumo: A Febre Maculosa Brasileira e a Síndrome de Baggio-Yoshinari são enfermidades emergentes, caracterizadas como as únicas zoonoses conhecidamente transmitidas por carrapatos, no Brasil. O presente estudo teve como objetivo detectar anticorpos da classe IgG contra Rickettsia rickettsii e Borrelia burgdorferi e estudar a fauna de Ixodídeos nesses animais. Para investigar a prevalência de anticorpos contra R. rickettsii e B. burgdorferi foi efetuada a coleta de sangue de 293 cães, em quatro áreas do município de Seropédica-RJ. Os soros obtidos foram processados através da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), contra antígenos brutos de R. rickettsii. Os mesmos animais foram submetidos à pesquisa de anticorpos homólogos da classe IgG contra B. burgdorferi cepa americana G39/40, utilizando Ensaio de Imunoadsorção Enzimático (ELISA) Indireto. Para confirmação da presença de Borrelia spp. no município, 102 amostras positivas foram testadas pelo Western Blotting (WB). A fauna de ixodídeos foi estudada através da coleta de carrapatos a partir da inspeção das regiões das orelhas, dorso e coxins palmares e plantares dos animais. Os espécimes encontrados foram removidos manualmente e acondicionados em frascos de polipropileno, e posteriormente, identificados. O estudo da associação entre animais soropositivos e as variáveis avaliadas, foram realizados por meio do teste de Qui-quadrado e Análise de Variância (ANOVA), com nível de significância de 5%. Dos 283 soros testados à RIFI, 23,67% (67/283) apresentaram reatividade contra antígenos espécie-específico de R. rickettsii, sendo encontrada uma frequência de 21,11% (19/90) no “Km 40”, 21,84% (19/87) no “Km 49”, 25% (8/32) no “Km 54” e 28,38% (21/74) no campus da UFRRJ. A titulação variou entre 1:64 à 1:512. Por outro lado, dos 293 animais estudados, 154 (52,56%) foram positivos para anticorpos homólogos anti-B. burgdorferi, sendo encontrada uma frequência de 43,75% (14/32) no “Km 54”, 51,72% (45/87) no “Km 49”, 46,67% (42/90) no “Km 40” e 63,1% (53/84) na UFRRJ. Houve diferença significativa (p<0,05) entre as prevalências de anticorpos contra Borrelia spp. encontradas em caninos errantes e domiciliados. Os cães com acesso a rua tiveram uma frequência de anticorpos contra R. rickettsii significativamente (p<0,05) maior que animais mantidos preso. Não foram observadas diferenças estatísticas (p>0,05) entre a relação das variáveis: presença de carrapatos, sexo dos animais, hábitos de frequentar pastos e idade dos animais com a soropositividade observada em nenhuma das duas espécies. Quanto aos carrapatos, 64,5% (189/293) dos cães estavam infestados por carrapatos no momento da coleta. Apenas duas espécies de carrapatos foram identificadas, Rhipicephalus sanguineus e Amblyomma cajennense. A presença de anticorpos homólogos anti-R. rickettsii e anti-B. burgdorferi em caninos de Seropédica-RJ é um indicativo da presença de rickettsia do grupo da Febre Maculosa e espiroquetas em cães nesta área.