“Matos de comer”: estudo de espécies espontâneas alimentícias em quintal urbano no município de Paraty-RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sanfins, Danielle dos Santos lattes
Orientador(a): Uzêda, Mariella Camardelli
Banca de defesa: Uzêda, Mariella Camardelli, Leal, Marco Antonio de Almeida, Kruel, Viviane Stern da Fonseca
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10478
Resumo: As espécies espontâneas alimentícias ou simplesmente os “matos de comer” são espécies que nascem sem cultivo, em canteiros de hortas, jardins e calçadas. Muitas dessas espécies não têm seu valor reconhecido, apesar de apresentarem potencial alimentício, medicinal e ecológico. Em áreas urbanas existe uma diversidade dessas espécies, que apresentam características de ampla adaptabilidade e rusticidade. Com objetivo de valorizar a importância dessas espécies em ambiente urbano, o presente estudo realizou um inventário das espécies espontâneas encontradas em área de quintal urbano, com 180 m2, no município de Paraty/RJ, no período de maio de 2018 a março de 2019, onde 15 espécies foram relacionadas e caracterizadas com suas famílias botânicas e nomes científicos. A pesquisa sobre as espécies inventariadas foi baseada em referenciais bibliográficos, onde foram encontradas informações acerca de seu hábito de crescimento, propagação, ciclo de vida e sazonalidade, além de informações quanto a sua finalidade e utilidades para a fauna. Os resultados obtidos foram compilados em tabelas, onde foi possível verificar a diversidade de alimento existente em um ambiente de quintal urbano, sem que haja gastos energéticos externos para a sua produção, proporcionando diversidade alimentar para as pessoas que vivem na cidade. Foi possível perceber também que a distribuição dessas espécies no tempo, ou seja, o conhecimento sobre sua sazonalidade favorece a disponibilidade de alimento o ano inteiro. A partir do inventário realizado, uma das espécies identificadas no quintal urbano, destacou-se por seu potencial produtivo e de adaptação na área de estudo. A espécie Lactuca serriola L., alface selvagem, demonstrou ser uma espécie rústica e com desenvolvimento no período do verão. Com o intuito de avaliar o desenvolvimento dessa espécie em diferentes níveis de fertilidade de solo no ambiente urbano, foi realizado na mesma área do inventário, um experimento onde 20 indivíduos da espécie Lactuca serriola L. foram analisados, num período de novembro de 2018 a maio de 2019, sendo 10 indivíduos identificados em solo de maior fertilidade (F1) e 10 indivíduos em solos de menor fertilidade (F2). O solo F2, durante o experimento. Os indivíduos do solo F1 recebeu aporte de composto orgânico em dois momentos (0 dias e 90 dias de experimento). O estudo verificou a partir da avaliação de parâmetros, como número de folhas (NF) e comprimento de folhas (CF), que aos 60 dias, no tratamento F1, a Lactuca serriola obteve um significativo aumento no número de folhas (NF) e somente aos 90 dias que os indivíduos do tratamento F2 obtiveram um aumento significativo. Demonstrando que apesar do composto ter contribuído na melhoria da produtividade em F1, a espécie no solo F2 também teve um bom desenvolvimento. Conclui-se por tanto que é necessário o aprofundamento do estudo sobre essa espécie, por uma espécie com poucas informações sobre seu cultivo.