Comunidades de hidrozoários (Cnidaria) estuarinos do sudeste e sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Bardi, Juliana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41133/tde-20042012-093217/
Resumo: A maioria dos hidrozoários é marinha, mas eles também são frequentemente encontrados em estuários. Estes ambientes são considerados um dos principais em número de invasões biológicas. A fauna brasileira de hidrozoários estuarinos é praticamente desconhecida, exceto por alguns registros esparsos. Os objetivos deste estudo são (1) inventariar a fauna de hidroides planctônicos e bentônicos em quarto estuários, Cananéia, Paranaguá, Guaratuba e Babitonga das regiões Sudeste e Sul do Brasil, investigando as afinidades entre os estuários e também a relação entre pólipos estuarinos e seus substratos; (2) caracterizar e comparar as comunidades de hidrozoários planctônicos e bentônicos no gradiente salino (3) e entre o verão (estação chuvosa) e o inverno (estação seca); e (4) inferir padrões que possam auxiliar no entendimento das invasões dos medusozoários. As amostras foram realizadas nos verões e invernos de 2007, 2008 e 2009, em seis isohalinas, sempre que possível. Nós também copilamos dados da literatura com registros de espécies invasoras e criptogênicas e contrastamos estes registros com as características biológicas das espécies. Nós identificamos 37 espécies de hidrozoários (21 medusas e 17 pólipos). Liriope tetraphylla foi a medusa mais frequente em amostras nos estuários de Cananéia e Guaratuba, mas Clytia spp. e Blackfordia virginica foram as medusas mais abundantes nas baías de Paranaguá e Babitonga, respectivamente. Bougainvillia muscus, Clytia gracilis e Obelia bidentata foram as espécies de pólipos mais frequentes em todos os estuários. Os pólipos frequentemente utilizaram cracas, bivalves, hidrozoários e partes de mangue como substrato. Clytia gracilis foi a espécie encontrada sobre maior número de substratos diferentes, enquanto Acharadria crocea foi encontrada mais frequentemente sobre substratos artificiais. Entre as Entre as medusas, Ectopleura dumortieri foi encontrada apenas na salinidade mais alta (30) em todos os estuários, enquanto Moerisia inkermanica foi encontrada apenas nas salinidades 10 e 15. Entre os pólipos A. crocea restringiu-se a salinidade 30 em todos os estuários. A maioria das espécies de medusas (67%) e de pólipos (65%) amostrada era eurialina, ocorrendo em pelo menos quatro salinidades diferentes. As comunidades das medusas variaram sazonalmente, principalmente pela variação na abundância das espécies mais ubíquas. Enquanto as comunidades de pólipos parecem ter sido menos influenciadas pelas estações, exceto por A. crocea que ocorreu apenas no inverno. Nós listamos 43 (37 Hydrozoa e 6 Scyphozoa) como invasoras e 15 espécies de Hydrozoa como criptogênicas. Nós observamos que alguns padrões de invasão nos Medusozoa podem estar relacionados à biologia das espécies e com a filogenia dos grupos.