Paisagens e territorialidades (in) visíveis do sertão do Cariri

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Duavy, Andreia Luciane de Oliveira lattes
Orientador(a): Pereira, Denise de Alcantara lattes
Banca de defesa: Pereira, Denise de Alcantara lattes, Jucá Neto, Clovis Ramiro lattes, Arraes, Damião Esdras Araujo lattes, Silva, Lucia Helena Pereira da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas
Departamento: Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18248
Resumo: Esta Dissertação de Mestrado aborda a constituição das paisagens e da territorialidade caracterizada como Sertões Cearenses, tendo como recorte espacial a Região Metropolitana do Cariri (RMC), sul do Estado do Ceará. Parte-se do pressuposto de que o território sertanejo é distinto do comumente entendido e exportado como “sertão” em seus aspectos paisagísticos, ambientais e culturais. A territorialidade simbólica sertaneja tem sido explorada amplamente nas obras regionalistas consagradas de autores como Raquel de Queiroz, Eloy de Souza, João Cabral de Melo Neto e outros, atuando na disseminação do personagem, quase folclórico, do retirante nordestino e dos sertões como espaços de fome, aridez e miséria. Assim, aprofundam-se conceitos abordados por Milton Santos, para o qual a paisagem é um conjunto de formas que exprime heranças representativas das relações localizadas entre homem e natureza; relacionam-se as definições de territorialidades, propostas por Rogério Haesbaert, cuja apropriação (do espaço) é uma maneira pela qual um grupo de pessoas usa a terra, experimenta a vida e lhe dá significado; e incorpora-se ainda o sentido simbólico e de valoração do lugar, como abordado por Marc Augé e Yu Fu Tuan, que afirmam que território é uma expressão de domínio e apropriação. Metodologicamente, inicia-se com uma revisão de literatura abordando os conceitos de território e paisagem e relacionando-os com as caracterizações de sertões. Faz-se uma contextualização sobre a RMC, levantando aspectos históricos, geobiofísicos e socioespaciais, com base em dados oficiais do IBGE. Complementa-se a pesquisa com análise tipo morfológica em macro escala (a RMC), mesoescala (o triângulo formado pelas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha) e microescala (a cidade de Nova Olinda) de modo a nortear os debates sobre as conexões entre território, modos de vida e significados na formação da paisagem sertaneja caririense. Apresenta-se as descobertas oriundas das visitas e levantamentos de campo, das interações e entrevistas realizadas com moradores da região; e oficina de cartografia social entrelaçando os resultados obtidos. Esta dissertação divide-se em quatro capítulos: contextualização da região de análise, discussão teórica, aspectos metodológicos e descobertas e resultados. Conclui-se a existência de não apenas um sertão, mas sertões pujantes e diversos, em constante movimento, cenários de vida e de produção cultural.