Estudo soroepidemiológico, molecular e espacial de espécies do gênero Brucella da região leiteira do Norte da Antioquia, Colômbia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Herran Ramirez, Olga Lucia lattes
Orientador(a): Angelo, Isabele da Costa lattes
Banca de defesa: Gitti, Clayton Bernardinelli lattes, Santos, Huarrisson Azevedo lattes, Tassinari, Wagner de Souza lattes, Marlow, Mariel Asbury lattes, Romero Penuela, Marlyn lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
PCR
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15959
Resumo: Na Colômbia, a brucelose bovina é uma doença endêmica, mas foi observado um aumento no número de bovinos soropositivos na região leiteira de Antioquia, considerada a principal área responsável pela produção de leite. O alarmante aumento do número de casos fez com que o Instituto Colombiano de Agricultura (ICA) declarasse quarentena na região desde 2018. O objetivo deste trabalho foi determinar a prevalência sorológica e molecular de brucelose em bovinos na principal região leiteira da Colômbia, identificando a presença de anticorpos, do material genético do agente etiológico e dos fatores individuais e de rebanho associados à ocorrência da doença. Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo transversal, a traves de um questionário epidemiológico conduzido por entrevistadores treinados, com informações epidemiológicas para identificar fatores associados a presencia de bruceloses bovina na região. Um total de 656 amostras de sangue total e soro sanguíneo foram obtidas de vacas ≥ 2 anos de idade, de 40 rebanhos, em quatro municípios do norte de Antioquia. O Teste Rosa de Bengala (RBT) foi usado como teste de triagem. Amostras RBT positivas foram confirmadas pelo Ensaio de Polarização de Fluorescência (FPA) e ELISA competitiva (cELISA) no Laboratório Nacional de Diagnóstico Veterinário do ICA. A detecção molecular foi realizada por ensaio de PCR em tempo real baseado em sonda, usando a amplificação do gene bcsp31. As Brucella-DNA cepas de campo e as cepas vacinais, foram genotipadas mediante um ensaio baseado em marcadores SNP. O geoprocessamento QGIS foi usado para obter a georreferenciamento dos rebanhos positivos. Os fatores associados a presença de Brucella-DNA foram avaliados por meio de modelos de regressão logística. O ensaio qPCR detectou 9,5% (n=62/656; IC 95%: 7,3, 12,0) dos animais com presença de Brucella-DNA, enquanto o teste sorológico detectou 6,6% (n=43/656; IC: 4,8, 8,7). Foi observado que 62,5% (n=25/40; IC 95%: 45,8, 77,3) dos casos positivos foram detectados no rebanho pela qPCR, enquanto apenas 27,5% (n=11/40; IC 95%: 14,6, 43,9) foram detectados pelo teste sorológico. O teste Cohen´s Kappa determinou uma fraca concordância entre os métodos sorológicos e moleculares. O ensaio qPCR, apresentou uma eficiência de 92,35%, e teve uma duração de 32 min. A acurácia diagnóstica da qPCR pela área sob a Curva Receptor-Operador (ROC) teve desempenho igual a 0,75 (IC 95%: 0,65, 0,84). Toda as amostras positivas pela qPCR foram genotipadas como cepas de campo empregando o ensaio SNP. Nos modelos de regressão logística, foi observado que as práticas associadas à reprodução, assim como a presença de espécies silvestres, e a proximidade dos rebanhos das estradas, oferecem condições favoráveis para o processo de disseminação da Brucella spp. A introdução de técnicas moleculares, a partir de amostras clínicas coletadas a campo, atuam como ferramentas para complementar o diagnóstico sorológico de bruceloses bovina, melhorando a acurácia dos resultados, e permitindo uma detecção precoce de Brucella spp. circulantes. As prevalências sorológicas e moleculares estiverem de acordo com a declaração de quarentena na região, sendo a prevalência molecular muito maior. Por fim, as técnicas moleculares permitem reconhecer fatores epidemiológicos associados à presença do agente etiológico no animal e não associados apenas à presença de anticorpos, possibilitando direcionar ações de prevenção e controle ajustadas ao nível local e detectadas a partir de fases de infecção de difícil diagnostico, como aquelas iniciais ou crônicas.