O menino e o sabiá: proseando entre saberes e experiências camponesas na Comunidade Rural do Vale do Bonfim, em Petrópolis–RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Azevedo, Fabiano Francisco de lattes
Orientador(a): Carvalho, Igor Simoni Homem de lattes
Banca de defesa: Carvalho, Igor Simoni Homem de lattes, Monteiro, Rosa Cristina lattes, Mello, Maristela Barenco Corrêa de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12934
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo a construção de um diálogo entre os saberes e as experiências camponesas da Comunidade Rural do Vale do Bonfim, em Petrópolis–RJ. Em consonância com a natureza que a envolve, essa localidade expressa a agricultura como um modo de vida que essas/es camponeses/as construíram ao longo de mais de setenta anos residindo na comunidade. Com o olhar aguçado e o ouvir sensível, essa caminhada pelo Vale do Bonfim possibilita encontros entre as memórias do passado com o presente numa prosa prazerosa. Eu, como pesquisador-camponês-agricultor, me disponho nessa escrita a ser ouvinte, narrador e aprendiz dos mais diversos conhecimentos que essas pessoas, caminhos e paisagens perpassam-me nesses quarenta anos. Por isso, minha defesa-proposta é por uma escrita afetiva, não sobre mim, mas a partir do envolvimento coletivo que me constitui como pessoa do campo e rompe com uma escrita acadêmica que direciona o sujeito pesquisador com o objeto pesquisa nas coletas de dados, investigações, interpretações e resultados. Dessa forma, a escrevivência de Conceição Evaristo é a base metodológica para que essas narrativas possam fazer seu percurso e propor reflexões a partir do cotidiano presente, com o desejo de construir espaços de diálogos circulares para que esses saberes e experiências possam se expressar na sua forma e no tempo que os interlocutores dessa roda de conversação se sintam mais confortáveis de se expressar. Somos resistência no campo ainda nos dias atuais, pulverizados por todas as manifestações de pré-conceito e desvalorização dos nossos saberes. Nesta discussão, temas importantes e atuais são abordados, como o retorno da fome, os efeitos negativos da agricultura industrial, os desafios da transição agroecológica, resistência da agricultura camponesa e propostas de reconexão com a natureza com fazeres criativos e inventivos coletivos. Assim, nesta escrevivência, o diálogo construído por narrativas entre o “menino e o sabiá” reúne a realidade e a ficção que percorrem as paisagens da comunidade. O encontro com sete agricultores/as possibilitou transcrever suas falas como poemas, que trazem seus saberes, seus pensamentos e emoções diversas. Esses/as são os construtores desse lugar comunidade que ultrapassa ser apenas um lugar de morada, mas sim de muitas formas de resistência e transmissão dessas experiências de viver no campo para as gerações presentes. Sua contribuição parte da realidade de um fragmento de conhecimentos que estão vivos na sua função de resistir no tempo e no que faz sentido como modo de viver.