Do chão da Labuta à luta política no Território Quilombola da Lagoa do João nos marcos contraditórios do capital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Gerusa Martins da lattes
Orientador(a): Santos, Miriam de Oliveira lattes
Banca de defesa: Santos, Miriam de Oliveira, Zanini, Maria Catarina Chitolina, Aragão, Luciano Ximenes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19563
Resumo: Os povos quilombolas resistem e lutam em defesa dos seus territórios. A formação dos quilombos, o campesinato, as relações de coletividade são prelúdios para a formação de uma luta política. Somente após cem anos da abolição da escravatura, os povos quilombolas foram reconhecidos e conquistaram o direito à regularização fundiária das terras quilombolas. Entretanto, diversos percalços envolvem o processo fundiário. Neste contexto, diversos movimentos de lutas eclodiram na luta pela terra e em defesa dos territórios quilombolas. Muitas vezes, os povos quilombolas não possuem condições de permanecer na terra, em virtude de diversos fatores que têm resultado na mobilidade do trabalho, que, consequentemente, resulta na desarticulação da luta política e identitária. No entanto, a vida campesina no território quilombola da Lagoa do João, é permeada pela relação terra, trabalho e família, marcada pela autonomia e liberdade própria do campo. Além disso, a reprodução camponesa no quilombo está associada à resistência de um povo que luta para subsistir no campo, por meio da organização política, mesmo diante das contradições do capital e da dinâmica da modernidade. Diante disso, a presente pesquisa visa analisar o espaço social dos povos quilombolas da Lagoa do João do município de Poções–BA, a fim de compreender a luta política pela garantia dos seus direitos e por condições de permanência no campo, diante das contradições que repercutem na mobilidade do trabalho e na invisibilidade social que adentra esse território. Para tanto, contamos com diversos procedimentos metodológicos como, levantamento bibliográfico, realização de questionário, entrevistas, registros fotográficos, dentre outros. Dessa forma, percebemos a resistência do território quilombola a partir da luta política através da associação de moradores rurais e do Movimento Consciência Negra Todo Dia, na luta pela garantia dos direitos e por permanência no campo. Constatamos que, o modo de vida camponês foi sendo alterado pela dinâmica da modernidade, que refletiu na mobilidade do trabalho, dentre outros fatores. Entretanto, apesar dos elementos que tendem a enfraquecer a luta no campo, percebemos que a consciência política vem sendo construída no território quilombola da Lagoa do João por meio da luta coletiva através da associação e dos movimentos.