Organizações armadas e camponeses: comunicação, emoções e engajamento político (1968-1975)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Teló, Fabricio lattes
Orientador(a): Medeiros, Leonilde Servolo de lattes
Banca de defesa: Medeiros, Leonilde Servolo de lattes, Lerrer, Débora Franco lattes, Sales, Jean Rodrigues lattes, Ridenti, Marcelo Siqueira lattes, Reis Filho, Daniel Aarão lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9480
Resumo: No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, inspiradas pelas Revoluções Chinesa e Cubana, as organizações armadas brasileiras tentaram liderar movimentos revolucionários de oposição à ditadura militar da época mobilizando camponeses para se engajarem em grupos de guerrilha rural. Esta tese analisa a relação entre esses atores sociais. Como se dava a comunicação entre eles, como eram apresentadas as propostas de revolução pela via armada, qual o papel das emoções para o processo de engajamento dos camponeses, de que maneira a clandestinidade impactava nas interações com as populações locais, quais os efeitos da adoção de uma perspectiva leninista por parte dos militantes e que lugar ocupava a pauta do acesso à terra nesse contexto são algumas das perguntas que orientam a pesquisa. Dentre as principais inspirações estão as contribuições de Paulo Freire e Jesus Martin-Barbero sobre comunicação; James Jasper e Helena Flam sobre emoções; Donatela Della Porta sobre clandestinidade; Oliver Fillieule, Julieta Quirós, Marcelo Kunrath Silva e Bianca Ruskowski sobre engajamento; Eric Wolf e James Scott sobre a relação entre campesinato e revolução. O estudo se baseia nas experiências do Comando de Libertação Nacional (Colina) em Cachoeiras de Macacu/RJ; da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), em Imperatriz/MA; do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), em Brotas de Macaúbas/BA e da Ação Popular (AP), na Chapada Diamantina, também na Bahia. A metodologia utilizada foi a história oral, conjugada com a análise documental e bibliográfica, que permitiu a elaboração de uma comparação entre os diferentes casos analisados. Os resultados da pesquisa indicam que, a despeito do esforço dos militantes em se tornarem próximos aos camponeses, geralmente havia um estranhamento por parte destes, em função das diferenças culturais. Ainda que a adesão tenha sido minoritária, as diversas formas de assistência prestadas pelos militantes contribuíram para a produção de emoções recíprocas de amizade e lealdade, bem como para o processo de engajamento de alguns camponeses