Dinâmica de Fragmentos Florestais da Mata Atlântica na Região do Médio Vale do Paraíba do Sul – Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Diniz, Anderson Ribeiro lattes
Orientador(a): Pereira, Marcos Gervasio lattes
Banca de defesa: Resende, Alexander Silva de, Toledo, Luciano de Oliveira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11362
Resumo: A Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do mundo. Apesar de sua riqueza em termos de biodiversidade, ocupa hoje apenas 11-16% da área original e aparece como um mosaico de fragmentos na paisagem. No Estado do Rio de Janeiro e, especialmente, no Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, a degradação da floresta e da paisagem foi favorecida por vários ciclos de cultivo e o relevo, extremamente acidentado. Hoje os fragmentos da região estão imersos principalmente em matrizes de pastagens degradadas. Informações sobre os ciclos biogeoquímicos nestes componentes da paisagem é importante e também são escassos e com isso podem contribuir para programas de conservação biológica. Neste sentido, este estudo foi realizado para caracterizar a dinâmica de nutrientes de um fragmento em diferentes estádios sucessionais (Floresta Secundária em EstádioIinicial - FSEI, Floresta Secundária em Estádio Médio – FSEM e Floresta Secundária em Estádio Avançado, FSEA) e os compartimentos de carbono e nutrientes e seus fluxos. O acúmulo de carbono na fitomassa e na biomassa de raízes finas abaixo do solo (<2 mm) foram estimados usando equações alométricas e o método do monólito, respectivamente. A abundância natural de 13C foi utilizada para avaliar a contribuição da vegetação sobre a matéria orgânica do solo. A contribuição das chuvas e da floresta para a ciclagem de nutrientes dentro do fragmento foi monitorada por um esquema de amostragem semanal. Quinze pluviômetros e dez coletores de escoamento pelo tronco à altura do peito foram instalados em árvores selecionadas dentro de cada área de estudo. Todos os compartimentos foram monitorados durante um ano. Um estudo foi desenvolvido utilizando Sistema de Informação Geográfica para avaliar a expansão do fragmento ao longo de um cronosseqüência de 30 anos. A área de FSEA apresentou a maior riqueza de famílias botânicas (34 famílias) e de fitomassa aérea (171 Mg ha-1) e também a tendência de maior estoque de carbono e de nutrientes neste compartimento. A maior biomassa de raízes finas estavam concentrados na camada superficial do solo (0-10cm) para todos os fragmentos e estações do ano, com (3,08 Mg ha-1 na estação seca e 2,51 Mg ha-1 na estação chuvosa), mas os maiores foram detectados na área de FSEA. Apesar da maior biomassa de raízes finas na FSEA os fluxos de CO2 do solo foi maior na área de FSEM (16,0 Mg ha-1) em comparação com o FSEA (13,5 Mg ha-1) e FSEI (15,5 Mg ha-1). A área de FSEA apresentou aumento dos valores de d13C na camada de 0-10 cm em relação à camada de 10-20 cm, passando de (-27,2‰ para -26,5‰) sendo que os valores de d13C se estabilizaram a partir de 60 cm de profundidade.O mesmo padrão também foi observado na área de FSEM onde os valores de d13C aumentaram na camada de 0-10 cm em comparação a camada de 10-20 cm. Os valores de d13C passaram de -26,5‰ para -25,2‰ nas respectivas camadas e também se estabilizaram a partir de 60 cm. Este padrão de valores de 13C é um indicativo de que a regeneração já causou uma alteração na matéria orgânica do solo nas áreas de FSEA e FSEM. Portanto, podemos chegar à conclusão de que, apesar da paisagem fragmentada do Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, a memória ecológica de Mata Atlântica na região, contribuiu para um aumento da área do fragmento.