Qualidade de vida no trabalho e racismo na percepção de técnicos de enfermagem negros de uma instituição federal de saúde no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribeiro, Luciana Guedes lattes
Orientador(a): Domingues Jr., Paulo Lourenço
Banca de defesa: Domingues Jr., Paulo Lourenço lattes, Saldanha, Jorge Alberto Velloso lattes, Ferreira, Victor Cláudio Paradela
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Departamento: Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10332
Resumo: Este estudo foi realizado com o objetivo de analisar a qualidade de vida no trabalho (QVT) e o racismo em uma instituição federal de saúde no Rio de Janeiro, sob a perspectiva dos técnicos de enfermagem negros que nesta ingressaram, nas vagas previstas na lei nº 12.990/2014. Essa lei reservou 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração federal para pessoas que se autodeclararam pretas ou pardas no ato da inscrição do concurso, levando-se em consideração a classificação de cor ou raça utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A abordagem metodológica utilizada nesse estudo foi qualitativa, de cunho descritivo e exploratório. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada sob o enfoque compreensivo e analisados através da análise de conteúdo, com base em Bardin (2011). Na percepção dos sujeitos da pesquisa, os principais fatores de QVT na instituição foram: estabilidade no trabalho, piso salarial, orgulho da instituição e da atividade desempenhada, possibilidade de aprender e de ajudar as pessoas. Dentre os fatores apontados como falta de QVT destacaram-se: desgaste emocional e psicológico, carga semanal de trabalho, sobrecarga de trabalho, pouca interação interdisciplinar e pouca valorização e reconhecimento do trabalho da equipe de enfermagem, sobretudo pela equipe médica. Apesar de o racismo não ter sido citado de forma clara quando tratada a temática QVT, os entrevistados descreveram diversas situações/atitudes nas quais percebem o racismo na instituição. Sendo que, essas atitudes racistas percebidas, se apresentam e foram descritas de diversas formas: piadas, desrespeito com o trabalho do profissional negro, crítica sobre a aparência física (cabelo), “confusão” do técnico de enfermagem com a equipe de limpeza, resistência de pacientes em serem atendidos por um profissional negro, etc. E partiram de variadas fontes: pacientes, colegas de trabalho e a sociedade em geral. Assim sendo, esse estudo possibilitou ponderar e refletir se o racismo é realmente velado e sutil ou se estamos tão acostumados com ele que minimizamos a dor do próximo.