Tecendo bordados sobre gênero e sexualidades: um estudo com professores/as e profissionais da socioeducação no contexto da pandemia da Covid-19
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20313 |
Resumo: | Esta tese de doutoramento se baseia na elaboração do curso pioneiro de Formação Continuada de Professores em Gênero e Sexualidades, no desenvolvimento desta ação extensionista formativa e nos resultados da análise vindos dos dados coletados das postagens dos/as interlocutores/as nas plataformas digitais. A inspiração da pesquisa nasceu da demanda apresentada por formação sobre os temas norteadores do curso em unidades feminina e masculinas por parte dos/das participantes de duas pesquisas empíricas anteriores. Devido à pandemia da covid-19 o projeto inicial foi reestruturado e foi elaborado um curso formativo para o ambiente digital com o amparo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) com a intenção de coletar dados. O curso foi promovido pelo Laboratório de Estudos de Gênero, Educação e Sexualidades (LEGESEX), que é vinculado ao Departamento de Educação e Sociedade do Instituto Multidisciplinar (IM), campus de Nova Iguaçu, e foi oferecido através da Escola de Extensão da UFRRJ. Teve como público-alvo 37 pessoas, docentes e outros profissionais, das unidades socioeducativas do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE) e do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (FUNDAÇÃO- CASA) – estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente. Estas instituições são responsáveis pelo atendimento de adolescentes autores/as de atos infracionais, que estão em cumprimento de medida socioeducativa. Trata-se de uma investigação de caráter qualitativo e de cunho etnográfico em educação amparada pelo aporte basilar dos teóricos dos Estudos de Gênero e dos Estudos Culturais pós-estruturalistas. O percurso metodológico contou com a observação participante online durante o curso formativo, anotações no diário de campo, consultas as fontes primárias e secundárias, aplicação de questionário a 37 cursistas e 8 webs entrevistas. Teve como objetivo profícuo penetrar nas falas provenientes das 931 interações online realizadas pelos/as cursistas durante as atividades síncronas (5 rodas de conversas) e assíncronas (5 fóruns de debates). E, posteriormente, analisá-las para selecionar e compreender seus significados e entender como os/as interlocutores/as mobilizam saberes e práticas sobre gênero e sexualidades nos processos socioeducativos junto aos/as adolescentes. Depreendi que devido ao agenciamento institucional os posicionamentos sobre as temáticas sofrem patrulhamento impondo táticas aos corpos de disciplinamento e modelagem que vão desde o vestuário até quando dialogar com os/as socioeducandos/as. Os saberes são orientados pelas amarras culturais com forte influência da educação patriarcal em que o racismo, gênero e sexualidades discriminam mais as pessoas dissidentes. E, também, os enquadramentos produzidos nos dizeres e fazeres dos/as docentes e demais profissionais são permeados por silenciamentos em que apontaram como causa a falta de parceria para desenvolver as temáticas. Dentre a importância do estudo destaco a de ser fonte inspiradora para futuras pesquisas e a de colaborar na instrumentalização do fazer pedagógico dos/as docentes e das ações socioeducativas dos/as demais profissionais dentro das unidades/centros. |