O encontro intersubjetivo e a construção de práticas de cuidado: a perspectiva dos profissionais de um CAPSi da Baixada Fluminense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Aline Castro Basilio de lattes
Orientador(a): Silva, Luna Rodrigues Freitas lattes
Banca de defesa: Silva, Luna Rodrigues Freitas, Suprani, Bernardo Bittencourt, Miranda, Lilian
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14485
Resumo: Nos últimos anos, discussões sobre o cuidado vem ocupando um lugar essencial no campo do trabalho em saúde. Parte-se da crítica ao paradigma biologicista, que define a doença como principal objeto de intervenção dos profissionais, para a construção de uma perspectiva ampliada de saúde e cuidado. Sendo assim, a assistência, que antes reduzia o encontro entre profissional e usuário à enfermidade, passa a valorizar a escuta das singularidades dos sujeitos e seu contexto social. No campo da saúde mental de crianças e adolescentes isso se presentifica à medida que a atenção dada a este público é fundamentada no cuidado integral preconizado pelas políticas de Saúde Mental de Crianças e Adolescentes (SMCA). O presente trabalho objetivou investigar como são construídas as práticas de cuidado em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi), localizado na baixada fluminense, a partir da imprevisibilidade do encontro entre os sujeitos envolvidos na prática clínica. O estudo utilizou a metodologia qualitativa, compreendendo pesquisa bibliográfica e trabalho de campo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 5 profissionais de saúde do serviço e a construção de um diário de campo. Os principais resultados encontrados foram divididos em quatro categorias: a imprevisibilidade do trabalho de campo; a construção das práticas de cuidado no serviço; a perspectiva dos profissionais em relação à equipe e ao enfrentamento das dificuldades; os diferentes sentidos da imprevisibilidade. Observamos nas falas dos profissionais a falta de referências em relação aos princípios da atenção psicossocial e do que deve ser realizado como prática de cuidado no CAPSi. A desorganização do serviço interfere no que os profissionais definem como fatores inesperados no trabalho e, contribui para aumentar a sensação de que o trabalho no CAPSi é, a todo momento, imprevisível e dependente da boa vontade e dos improvisos dos profissionais. Conclui-se que, em grande parte, a imprevisibilidade apresentada aponta para fatores conhecidos, de modo que há a possibilidade de investir em organização e gestão para lidar com as situações inerentes ao trabalho na atenção psicossocial. Além disso, não observamos discussões relatando de que modo o encontro entre os sujeitos interfere na construção das práticas de cuidado, ou seja, a imprevisibilidade não aparece como efeito do encontro intersubjetivo nas práticas clínicas, tal como nos propomos a discutir neste trabalho.