A persistência da institucionalização em tempos de reforma psiquiátrica: uma etnografia sobre casos acompanhados por CAPS da cidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Corrêa, Luisa Motta
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18045
Resumo: De acordo com os líderes da reforma psiquiátrica italiana, a desinstitucionalização envolve não só a retirada dos pacientes dos hospitais psiquiátricos, como também a desconstrução da lógica manicomial e a construção de uma rede territorial substitutiva, que, no Brasil, tem o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) como base principal. A criação ou reformulação de estabelecimentos que reatualizam a tutela sobre a loucura demonstra que este processo vem encontrando desafios. Apesar de se tratarem em CAPS, alguns usuários têm sido institucionalizados em asilos, clínicas/hospitais privados, comunidades terapêuticas, “Residências” particulares e CAPS III. O objetivo da presente pesquisa foi analisar os fatores que vêm convergindo para este fenômeno tanto no plano das redes de saúde e intersetorial - com foco no CAPS - quanto no da família e da comunidade. Para tanto, foi feita uma etnografia sobre nove casos de quatro CAPS das três Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) do município do Rio de Janeiro: Centro-Sul, Zona Norte e Zona Oeste. As entrevistas, leituras de prontuários e visitas às instituições e serviços demonstraram que os principais fatores envolvidos nos processos de neoinstitucionalização são: crise, imaginário manicomial, desarticulação e precarização das redes de saúde e intersetorial, equipes reduzidas e número insuficiente de serviços territoriais, despolitização, institucionalização dos CAPS, baixa capacidade de acolhimento à crise, sobrecarga familiar e expectativa sobre a família, falta de um suporte regular aos familiares e de projetos de moradia voltados aos usuários cujos cuidadores morreram, envelheceram, adoeceram ou não estão disponíveis para uma moradia compartilhada.