Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Melo, Diego Rodrigues
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Orientador(a): |
Aguiar, Valéria Magalhães
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Banca de defesa: |
Aguiar, Valéria Magalhães,
Lessa, Cláudia Soares Santos,
d’Almeida, José Mario,
Queiroz, Margareth Maria de Carvalho,
Mello, Rubens Pinto de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9200
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Resumo: |
A Floresta Atlântica é umas das áreas prioritárias para conservação da biodiversidade e que sofre com os elevados níveis de perturbações antrópicas, fazendo com que restem apenas 12,4% de sua cobertura original. Assim, as áreas urbanas que contenham esse bioma ganham importância para a conservação e os dípteros desempenham papel importante como bioindicadores. Este estudo objetivou analisar a fauna de moscas varejeiras em um ambiente florestal e área urbana e avaliar a utilidade desta informação no monitoramento de área de preservação ambiental em um fragmento urbano de Floresta Atlântica em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. As coletas foram realizadas mensalmente de maio de 2015 a abril de 2017 no Jardim Botânico (JB) e na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As armadilhas foram mantidas por quatro dias em campo, vistoriadas diariamente e os dípteros coletados. Foram coletados 25.731 dípteros, com o JB apresentando maior riqueza de espécies, abundância e diversidade, mas com dominância e equitabilidade com valores menores a UFJF. Chrysomya albiceps foi a espécie mais abundante (n = 9.229) e dominante nos dois ambientes, seguida por Hemilucilia segmentaria, Lucilia eximia e H. semidiaphana. Mesembrinella bellardiana demonstrou significativa preferência pelo ambiente mais preservado, como indicado pela sua maior abundância no JB (n = 1.215) em relação a UFJF (n = 43). Foi observada dissimilaridade de composição entre o JB e a UFJF, mesmo as duas localidades compartilhando 85,71% das espécies coletadas. Para ambas as localidades, a maior abundância foi observada na primavera e a menor no outono, e em relação as estações, a chuvosa apresentou os maiores valores quando comparada com a seca. As moscas varejeiras tenderam a ser mais abundantes com o aumento do dia de exposição das iscas atrativas presentes nas armadilhas, e essa correlação foi positiva e extremamente forte, com o quarto dia apresentando as maiores abundâncias. A proporção de fêmeas foi superior à de machos em ambos os locais. Com relação as variáveis ambientais, apenas a UFJF apresentou correlação significativa entre a abundância geral dos dípteros e a temperatura média. A presença de espécies sinantrópicas em ambas as localidades é reflexo da influência antrópica e, como o JB é circundado por área urbana, ele acaba por ser influenciado pela presença humana, cujo impacto reflete na maior abundância dessas espécies nesse ambiente. H. segmentaria e H. semidiaphana são características de áreas florestadas e foram abundantes em ambos os locais de coleta evidenciando que, para a UFJF, os pequenos fragmentos florestais servem de ambiente para a instalação dessas espécies. A presença de espécies sinantrópicas e assinantrópicas em ambientes não característicos demonstra a capacidade desses dípteros em buscar diferentes áreas para ocupação devido a ação antrópica. O registro de M. bellardiana e Laneella nigripes no JB indica preservação desse local, ressaltando a importância da conservação desse fragmento que está susceptível a forte pressão antrópica e expansão urbana. O fato de M. bellardiana ter sido coletada em baixíssima abundância na UFJF mostra sua repulsa a esse ambiente claramente antrópico. Esse é o primeiro estudo sobre a composição de moscas varejeiras no bioma Floresta Atlântica no estado de Minas Gerais. |