Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Santos, Bethânia Gabrielle dos
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Orientador(a): |
Moreira, Roberto José
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Banca de defesa: |
Vasconcellos, Dora Vianna,
Castro, Elza Maria Neffa Vieira de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11594
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Resumo: |
A presente dissertação trata da resistência criativa de setores subalternos em interações socioambientais e políticas em Milho Verde, distrito da cidade de Serro, localizado no Alto Jequitinhonha-MG. Analisamos como a subalternia milhoverdense – com seus saberes e práticas ambientais – tem interagido com a atividade turística e as políticas ambientais, forças externas que tem se expressado na dinâmica interna desta Comunidade. Os procedimentos de pesquisa envolveram o empreendimento de tarefas de campo e análises em uma abordagem qualitativa. Nossos resultados apontam que, no século XXI, as convergências da atividade turística e das políticas ambientais propiciaram a formação de um campo complexo de sociabilidades em Milho Verde. O qual tem se desdobrado em manutenções e transformações nos modos de apropriação técnica, social e cultural de sua ambiência socioecossistêmica. Milho Verde desde a década de 1970 começou a receber turistas e novos moradores. A economia do turismo se consolidou nas décadas posteriores como uma força provocadora de múltiplas transformações em seu panorama social e modos de apropriação territorial. A atividade turística ainda contingenciou a emergência de interações entre moradores nativos, não nativos e turistas que revelam os modos pelos quais a subalternia local tem resistido criativamente à estas reconfigurações. Se integrando em projetos individuais ou ações coletivas desenvolvidas pelo Instituto Milho Verde- ONG socioambiental que atua localmente desde o ano 2000- a resistência criativa desta Comunidade se expressou no fortalecimento de identidades, saberes e práticas culturais de setores subalternos, bem como na reinvenção das tradições e modos de vida relativos às festividades religiosas locais. Quanto às políticas ambientais, Milho Verde está circunscrita dentro dos limites da Área de Proteção Ambiental Estadual (APAE) das Águas Vertentes, criada em 1998. E compõe o Monumento Natural Estadual (MONATE) Várzea do Lageado e Serra do Raio, criado em 2011 se sobrepondo à Várzea do Lajeado, território de uso comum, onde no século XX setores subalternos integraram complementar e simultaneamente as práticas da pecuária, garimpo, e extrativismo vegetal. Como reflexo das reconfigurações causadas por esta força presente e atuante, sujeitos subalternos da Comunidade de Milho Verde foram integrados à política de proteção da natureza enquanto funcionários do Instituto Estadual de Florestas, órgão gestor da APAE e do MONATE. De outro modo, a legislação ambiental imposta pela gestão estatal do território tem marginalizado práticas e saberes ambientais locais, com a proibição do uso das condições naturais da Várzea do Lajeado pela pecuária e os extrativismos mineral e vegetal. A subalternia milhoverdense tem resistido criativamente a este processo de marginalização por meio da subsistência no tempo presente de saberes, práticas, usos costumeiros e memórias relativas à gestão comunitária da ambiência socioecossistêmica da Várzea, bem como através da ambientalização de seus discursos |