Partilha de recursos florais por beija-flores em uma área de Mata Atlântica na Ilha da Marambaia, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Rodrigues, Michele Silva lattes
Orientador(a): Piratelli, Augusto João lattes
Banca de defesa: Ferreira, Ildemar, Koch, Ingrid, Braz, Denise Monte
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10816
Resumo: Os beija-flores (Aves, Trochilidae) representam um grupo importante nas interações entre aves e flores, sendo, dentre as aves nectarívoras, as mais especializadas, polinizando diversas plantas. Estratégias variadas permitem que organismos com sobreposição de nichos consigam partilhar recursos. O presente estudo teve como objetivo investigar a partição de recursos alimentares entre espécies de beija-flores na Ilha da Marambaia, RJ, determinando seu comportamento e seu papel na polinização das plantas estudadas. As espécies Erythrina speciosa Andrews, Malvaviscus arboreus Cav., Pseudananas sagenarius (Arruda) Camargo, Sophora tomentosa L. e Vriesea neoglutinosa Mez foram observadas pelo método indivíduo focal por um período regular de 30 minutos a cada hora, quando registraram-se as espécies de beija-flor visitantes, o horário e a duração de cada visita, o número de flores visitadas e o modo do visitante explorar a flor. Os beija-flores foram classificados em visitantes legítimos e ilegítimos e tiveram seu modo de forrageamento (territorialista ou rotas de captura) determinado. Foram também registradas as interações agonísticas intra e interespecíficas. A viabilidade do pólen foi testada e a concentração de açúcares no néctar medida no campo. Foram registradas seis espécies de beija-flores visitando as flores: Amazilia fimbriata, Amazilia versicolor, Chlorostilbon lucidus, Eupetomena macroura, Florisuga fusca e Thalurania glaucopis, ocorrendo 51 interações agonísticas. Dentre estas espécies T.glaucopis foi a mais freqüente (47,72%), sendo observada visitando flores de todas as espécies de plantas estudadas. As visitas legítimas foram predominantes e o número de espécies de beijaflores visitantes variou entre as espécies de plantas. Erythrina speciosa e S. tomentosa foram visitadas por quatro espécies cada uma, enquanto M. arboreus, P. sagenarius e V. neoglutinosa por três espécies cada. A taxa de visitação por beija-flores por unidade de tempo também variou entre as espécies de plantas, sendo em E. speciosa 1,18 visitas/h, em V. neoglutinosa 0,7 visitas/h, em S. Tomentosa 0,5 visitas/h, em M. arboreus 0,4 visitas/h e em P. sagenarius 0,3 visitas/h. Algumas espécies inibem a visita de outras, visitam as flores no período da manhã e outros no período da tarde, assim, partilham recursos em horário diferentes para diminuir a competição.