Gestão e uso público em unidades de conservação em tempos da pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Torres, Cláudia Domingos lattes
Orientador(a): Sansevero, Jerônimo Boelsums Barreto lattes
Banca de defesa: Sansevero, Jerônimo Boelsums Barreto lattes, Rodrigues, Camila Gonçalves de Oliveira lattes, Lindenkamp, Teresa Cristina Magro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19661
Resumo: As áreas protegidas são uma porção de território terrestre e/ou marinho gerida, através dos meios legais, com o objetivo de proteger a biodiversidade e os recursos naturais, culturais e históricos presentes nestes espaços. No Brasil, essas áreas estão organizadas em diferentes tipologias, dentre elas estão as Unidades de Conservação - UC. O Brasil possui, até o ano de 2022, 18,80% de todo o seu território cobertos por UCs. Em 2020, a pandemia de COVID-19 foi apresentada ao mundo. Além de gerar consequências dramáticas na vida das pessoas, a pandemia também gerou implicações sobre as UCs. Áreas Protegidas na Europa sofreram impactos como: superlotação, mudanças no comportamento e no perfil de visitantes e, aumento de casos de conflitos, gerando novos desafios para a gestão. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar os impactos da pandemia na gestão de três Parques Nacionais bem como as implicações da pandemia na visitação das Unidades de Conservação brasileiras. Foram aplicados dois questionários. Um deles foi destinado a integrantes da gestão dos Parque Nacional da Serra da Bocaina – PNSB, Parque Nacional da Serra dos Órgãos – PNSO e Parque Nacional do Itatiaia - PNI, o outro foi aplicado através de um formulário online, utilizando o método bola de neve, destinado aos visitantes que visitaram alguma Unidade de Conservação durante o período da pandemia de COVID-19, recebendo 319 respostas. Os achados deste estudo revelam que a situação de pandeia intensificou ameaças e diminuiu a capacidade de fiscalização ambiental. Os resultados revelam que o PNSO, PNSB e o PNI foram impactados negativamente pela situação de pandemia. O PNSO e o PNSB apresentaram aumento nas ocorrências de casos de conflitos relacionados ao entorno e alteração no padrão da quantidade de visitação. Houve uma fragilização do PNSO e PNSB devido a diminuição da equipe destinada às ações de fiscalização, adesão de trabalho remoto durante a pandemia, e o aumento de ocorrências de crimes ambientais no PNSO e no PNSB. Os resultados mostram alteração na provisão de recursos financeiros no PNSO e diminuição da realização de pesquisas nos PNSO, PNSB e PNI. Apesar disso, as UCs ajudaram a suportar a situação de pandemia, contribuindo para o bem-estar e saúde dos visitantes e funcionando como refúgios seguros em que era possível a socialização com riscos reduzidos com destaque para a categoria Parque. Neste estudo discutimos que um sistema de Unidades de Conservação robusto, de grande proporção em termos territoriais e da biodiversidade protegida, como é o do Brasil, , deve ter o seu potencial de promoção de saúde humana utilizado para o enfrentamento de crises sanitárias. Considerando que crises de saúde como a da COVID-19 podem voltar a ocorrer no futuro é necessário utilizar os ensinamentos deixados por este momento no planejamento e gestão dessas áreas para que possam ser usadas de forma estratégica. Essa pesquisa sustenta a necessidade de UCs mais bem implementadas para que essas áreas não tenham sua proteção fragilizadas diante de novas pandemias.