Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Azevedo Junior, Paulo Roberto Lima de
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Orientador(a): |
Souza, Miliane Moreira Soares de
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Banca de defesa: |
Souza, Miliane Moreira Soares de,
Pimenta, Ramon Loureiro,
Pereira, Ingrid Annes |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20021
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Resumo: |
A avicultura é um dos setores agrícolas do agronegócio de maior crescimento ao redor do mundo. Dentre os principais produtores mundiais estão EUA, Brasil e China. Atualmente, reconhece-se o importante papel desempenhado pela microbiota e pelo microbioma na saúde, desempenho e bem-estar nas aves de produção. Nesse contexto, o uso de antimicrobianos como promotores de crescimento na indústria avícola é um dos fatores que aumentam a pressão de seleção ambiental, favorecendo a emergência e dispersão da resistência antimicrobiana, e consequentemente gerando impacto sobre a Saúde Única, uma vez que afeta o equilíbrio da interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental. No contexto da produção de frangos de corte, a Saúde Única está relacionada à saúde do ambiente de produção, dos trabalhadores e dos consumidores. O foco do presente estudo é a resistência a colistina, uma polimixina (polimixina E) que possui amplo espectro de ação de contra bactérias Gram-negativas, promovida pelos genes mcr. Após a descoberta do gene plasmidial mcr-1 em 2015, seu uso como promotor de crescimento foi banido em diversos países, incluindo o Brasil. Este trabalho objetivou avaliar a ocorrência, diversidade e resistência fenogenotípica à colistina de enterobactérias em ambientes de produção de avícola. Amostras oriundas de cloaca, traqueia e cama resultaram em 301 isolados, 162 (53,8%) de cloaca, 121 (40,2%) de traqueia e 18 (6%) do ambiente. Desse isolados, 175 (58,1%) foram Firmicutes, 120 (39,9%) foram Proteobacteria e 6 foram Actinobacteria. Em relação a gênero/espécie, 102 (33,9%) isolados foram Staphylococcus coagulase negativa (ECN); 82 (27,2%) E. coli; 53 (17,6%) Enterococcus spp.; 27 (9%) Proteus mirabilis; 10 (3,3%) Bordetella hinzii; 8 (2,7%) Streptococcus spp.; 7 (2,3%) Ligilactobacillus salivarus; 6 (2%) Corynebacterium spp.; 4 (1,3%) Lactobacillus johnsonii; 1 (0,3%) Salmonella spp. e 1 (0,3%) Aerococcus viridans. Dos 83 isolados testados fenotipicamente para resistência à colistina, 15 (18,1%) foram resistentes. Das 110 cepas de enterobactérias avaliadas para a detecção de genes mcr, 102 (92,7%) cepas foram positivas. Dessas 102 cepas positivas para mcr, 48 (47,1%) foram mcr-1, 42 (41,2%) mcr-2, 27 (26,5%) mcr-3, 61 (50%) mcr-4, 7 (6,7%) mcr-5, 40 (39,2%) mcr-6, 1 (1%) mcr-7, 4 (3,9%) mcr-8 e 39 (38,2%) para mcr-9. Dos 269 genes detectados, 48 (17,8%) foram mcr-1, 42 (15,6%) mcr-2, 27 (10%) mcr-3, 61 (22,7%) mcr-4, 7 (2,6%) mcr-5, 40 (14,9%) mcr-6, 1 (0,4%) mcr-7, 4 (1,5%) mcr-8 e 39 (14,5%) mcr-9. Dos 15 isolados resistentes à colistina, em 12 (80%) foram detectados mcr. Das 68 cepas sensíveis à colistina, foram detectados mcr em 63 (94%). Das 102 cepas (72,5%) eram E. coli, 27 (25,5%) P. mirabilis e 1 (1%) Samonella sp. Foram detectados 159 (59,1%) desses genes, em E. coli, 108 (40,1%) em P. mirabilis e 2 (0,7%) em Salmonella sp. Comparando os resultados com os obtidos por Pimenta (2018), observou-se que houve uma queda tanto na resistência à colistina, quanto na prevalência de mcr-1. Diversos gêneros/espécies de grande importância na Saúde Única são encontrados em ambientes de produção avícola e a circulação de genes da família mcr nestes ambientes ainda se encontra elevada, apesar do advento da IN45/2016, apontando para o fato de que o intervalo médio de 6 anos desse estudo após o banimento, ainda não foi suficiente para uma redução expressiva da circulação de mcr na produção avícola, o que representa um grave problema em Saúde Única. |