Diversidade microbiana e perfis de resistência antimicrobiana no trato respiratório de pacientes com bronquiectasias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Heryk Motta de
Orientador(a): Silva, Lívia Kmetzsch Rosa e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276248
Resumo: As bronquiectasias são doenças caracterizadas por uma dilatação anormal e irreversível dos brônquios, resultado de danos nos tecidos pulmonares, as quais têm apresentado um significativo aumento na incidência global, tornando-se a terceira doença respiratória crônica mais frequente. Essa condição é classificada em dois grupos principais: fibrose cística e bronquiectasia não fibrocística. A progressão de ambas as doenças é mediada por um vórtice de dano vicioso, onde três fatores principais se retroalimentam: infecções recorrentes, quadro pró-inflamatório e danos teciduais pulmonares. Considerando que as infecções microbianas se relacionam com a progressão da doença, a caracterização metagenômica por shotgun pode auxiliar na compreensão de potenciais impactos da composição da microbiota entre os diferentes grupos, além de fornecer informações relevantes sobre o resistoma pulmonar. Neste estudo, avaliamos o microbioma e padrões de resistência antimicrobiana em amostras representativas do trato respiratório inferior e superior de pacientes diagnosticados com fibrose cística ou bronquiectasia não fibrocística, bem como de indivíduos saudáveis. Ambos os grupos de pacientes apresentaram composições microbianas e perfis de genes de resistência distintos no trato respiratório inferior quando comparados aos indivíduos saudáveis. Observamos uma redução na diversidade de espécies nos grupos patológicos, possivelmente relacionada à predominância de patógenos e ao uso crônico de antimicrobianos. Dados do trato respiratório superior evidenciaram alta similaridade no microbioma dos três grupos de estudo, destacando o potencial limitado de análises a partir de amostras de nasofaringe na triagem e decisões clínicas. A análise de abundância diferencial destacou a importância dos membros da família Burkholderiaceae na fibrose cística como um fator distintivo em relação à bronquiectasia não fibrocística. Além disso, a análise dos dados de resistoma demonstraram que o perfil de resistência entra as duas doenças apresenta clara distinção. Associado a essa diferença, o resistoma e testes de sensibilidade realizados na pratica clínica se mostraram concordantes, destacando o alto potencial das análises metagenômicas na seleção de antimicrobianos. Nesse contexto, destaca-se a importância do reconhecimento das duas bronquiectasias como diferentes, tendo em vista diferenças de composição microbiana e resistoma, evitando extrapolação de condutas clinicas entre ambas.