Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Possidonio, Eduardo
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Orientador(a): |
Gonçalves, Margareth de Almeida
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Banca de defesa: |
Gonçalves, Margareth de Almeida
,
Popinigis, Fabiane
,
Thornton, John Kelly
,
Soares, Mariza de Carvalho
,
Slenes, Robert Wayne Andrew |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10077
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Resumo: |
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a formação das práticas sagradas afro-brasileiras, ao longo do Oitocentos, pelo olhar da contribuição dos povos centro-africanos, grupo étnico que impactou o tráfico transatlântico até o seu término. O trabalho parte da análise dos primeiros pesquisadores brasileiros e o lugar reservado à compreensão das heranças centro-africanas em suas pioneiras contribuições. Seguindo para a primeira metade do século XIX, analisando as manifestações públicas de cultos de aflição-fruição realizadas nos principais logradouros da capital imperial, confundidas pelo olhar enviesado dos viajantes com festejos dominicais. A segunda metade do período foi marcada pela transição das celebrações para o interior das casas e sobrados situados nas freguesias urbanas da corte imperial, momento em que as lideranças religiosas disputavam palmo a palmo os espaços litúrgicos da urbe. Não por acaso, sacerdotes e sacerdotisas atuavam com desenvoltura a poucos metros uns dos outros. Com a interrupção do tráfico, a segunda metade da centúria marcou a necessidade de renovação das lideranças via complexos processos de iniciação ritualística, que, quando cruzados com fontes produzidas em solo centro-africano, demonstram um interessante desdobramento de um complexo processo de crioulização iniciado do outro lado do Atlântico. Tal processo resultou no nascimento de um cristianismo africano, sendo este a base para a compreensão dos rituais, que, pela desventura das lideranças carismáticas, que se viam envolvidas com a justiça, obrigadas a responder a demorados inquéritos e processos bem como a se submeter à exposição constante na imprensa, acabaram descortinando seus atos performáticos e suas escolhas no campo do sagrado. O cristianismo africano permitiu também lançar luz sobre as escolhas dos primeiros pesquisadores da questão do negro no Brasil, que optaram, muitas vezes, por silenciar ou, principalmente, não compreender as práticas sagradas centro-africanas, por acreditarem perdidas para o catolicismo romano. O trabalho conclui com a análise das primeiras décadas do século XX, permitindo não somente compreender os desdobramentos do período anterior, como desconstruir ideias preestabelecidas acerca das religiões afro-brasileiras, que se acreditava serem frutos de uma tradição. |