Intervenção educativa: Impactos sobre as práticas agrícolas de uma comunidade de horticultores no extremo oeste da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Ageane Mota da lattes
Orientador(a): Sanchez, Sandra Barros lattes
Banca de defesa: Carmo, Margarida Gorete Ferreira do, Albino, Sirlei de Fátima
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12230
Resumo: Os efeitos gerados pelos agrotóxicos têm grande amplitude, constituindo-se em grave problema socioeconômico, ambiental e de saúde pública. Neste aspecto, a agroecologia surge como alternativa para a produção de alimentos de forma menos impactante sobre o meio ambiente, sendo a educação uma possível ponte para alcançar a transição a um sistema agrícola mais sustentável. A presente pesquisa buscou um levantamento sobre o perfil de uma comunidade de horticultores do município de Cruzeiro do Sul-Acre, com relação ao manejo de agrotóxicos, e uma avaliação sobre o impacto de uma intervenção educativa com relação à aprendizagem sobre o manejo seguro de agrotóxicos e o emprego de técnicas agroecológicas para a olericultura, avaliando, o posicionamento dos horticultores sobre a viabilidade da adoção deste sistema na região. Tratou-se de uma pesquisa-ação, em um estudo do tipo descritivo, de caráter quali-quantitativo com questionários semi-estruturados, direcionados a uma amostra de 20 horticultores. Os resultados indicaram trabalhadores com faixa etária predominante de 30 à 40 anos, onde a maioria trabalha com hortaliças entre 7 à 15 anos. Dentre os entrevistados, 95% utilizavam agrotóxicos em suas plantações. Apenas 5% utilizam todos os equipamentos de proteção individual, 60% utilizavam de forma incompleta e 30% dos entrevistados não faziam uso de nenhum mecanismo de proteção. Verificou-se uso de produtos veterinários nas lavouras, o que traz riscos, pois apesar de apresentarem componentes inseticidas, não são avaliados por todos os órgãos responsáveis e não indicam na embalagem os cuidados e dosagem de aplicação. A prática educativa proporcionou mudanças quanto ao conhecimento das condutas de segurança, podendo colaborar para redução na susceptibilidade a intoxicações. As vantagens atribuídas às técnicas agroecológicas foram a saúde e facilidade no preparo. Dentre os que experimentaram as caldas ou biofertilizantes, 80% observaram afastamento de pragas, 30% relataram melhor crescimento dos cultivos. Ao final, os horticultores assumiram dois posicionamentos sobre a adesão a um sistema agroecológico no município onde 55% referiu preferência pelo uso somente das práticas agroecológicas e 45% indicou a necessidade de aliar uso de agrotóxicos e técnicas agroecológicas, demonstrando receio de não produzir sem o uso de agrotóxicos. Para os horticultores, os maiores desafios ao sistema agroecológico foram a procura pelo consumidor, o valor justo ao produto e, garantir a produção em maior escala. Pesquisas participativas que colaborem para a difusão de exemplos e avaliem a implementação de alternativas agroecológicas em contexto regional são fundamentais para subsidiar a superação de obstáculos em direção a uma agricultura mais sustentável trazendo mudanças positivas em termos de saúde, segurança e qualidade de vida.