Implicações do mosaico da paisagem na estrutura e composição de espécies de quirópteros no norte do Pantanal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Marcione Brito de lattes
Orientador(a): Peracchi, Adriano Lucio lattes
Banca de defesa: Silva, Hélio Ricardo, Dias, Daniela, Ferreira, Ildemar, Nogueira, Marcelo Rodrigues
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10776
Resumo: Foi realizado um levantamento da quiropterofauna e avaliadas as suas relações com o mosaico da paisagem na região situada à margem esquerda do rio São Lourenço (Fazenda Santa Lúcia) no norte do Pantanal, MT. As coletas foram realizadas durante 15 noites distribuídas entre o período de transição entre a seca e a cheia (final de novembro até meados de dezembro de 2014). Uma segunda amostragem foi desenvolvida no período da seca (outubro de 2015). Diversas formações foram amostradas, considerando áreas abertas (pastagens, campos com murundus) e fechadas (cambarazais, acurizais), com um total de 24 sítios avaliados. As coletas foram realizadas com redes de neblina (mist-nets). Essas foram armadas no nível do solo em trilhas, clareiras dentro da mata, áreas de pastagem e formações de cerrado (campos com murundus). No total foram registradas 27 espécies de cinco famílias: Emballonuridae (uma espécie), Phyllostomidae (11 gêneros e 16 espécies), Noctilionidae (um gênero e duas espécies), Molossidae (dois gêneros e três espécies) e Vespertilionidae (com dois gêneros e cinco espécies). Embora as espécies de morcegos de quase todas as categorias tróficas tenham sido registradas, a maior representatividade foi de insetívoros com 48% das espécies capturadas. Contudo, sua abundância mostrou-se relativamente rara na maioria dos sítios avaliados. A maior abundância foi da guilda trófica frugívoro com 68,9% do total (454 indivíduos), sendo esta amplamente distribuída no mosaico avaliado, o que pode ser devido ao método de captura com redes de neblina e a elevada representatividade de morcegos frugívoros da subfamília Stenodermatinae na região de estudo. Espécies de Phyllostomidae, consideradas sensíveis a perturbações no habitat, foram capturadas em algumas dessas machas. Quando comparadas as similaridades entre as áreas, foi observada uma separação em quatro grandes grupos, tanto quanto a composição de espécies quanto a estrutura trófica e modo de forrageio. A distribuição observada para os insetívoros esteve mais associada a áreas com vegetação esparsa ou campos abertos, com tendência para áreas mais próximas aos locais com água como rios com pontes ou tanques artificiais (água para o gado) e vegetação estacionalmente inundável como os cambarazais. Os frugívoros apresentaram as maiores taxas de captura em acurizais, fisionomia florestal semidecídua com sub-bosque dominado pela palmeira “acuri” (Scheelea phalerata, Arecaceae), indicando boa disponibilidade de abrigos sob a vegetação ou folhagem. Assim sendo, a distribuição das espécies parece estar diretamente relacionada ao habito alimentar e ao modo de forrageio e estão distribuídas principalmente de acordo com as zonas de vegetação da região estudada.