O racismo religioso como produtor de territórios: Uma análise sobre ataques aos templos de Candomblé em Duque de Caxias/RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barbosa, Artur da Silva lattes
Orientador(a): Rocha, André Santos da lattes
Banca de defesa: Rocha, André Santos da, Santos, Miriam, Bezerra, Nielson Rosa, Castro, Flávia Lages de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19190
Resumo: Os debates referentes a racialidade e as disputas territoriais avançam nos espaços acadêmicos. Com vista a somar as trincheiras contra o colonialismo que buscou territorializar consciências e terras, utilizamos da digressão histórica, no capítulo 1, para por luz ao que na escuridão dos séculos se escondem. Assim, nessa primeira parte, os meios percorridos foram uma pesquisa bibliográfica. Em continuidade, no Capítulo 2, temos um apanhado geral de alguns conflitos religiosos que ocorreram em Duque de Caxias/RJ e em municípios vizinhos. Para tanto, entrevistas foram feitas com uma liderança candomblecista, a saber, o Ogã Leonardo, do Terreiro Ile Ase Omiojuaro. Por fim, no Capitulo 3, temos um estudo mais próximo de nosso recorte espacial, qual seja, o ataque direcionado ao Terreiro Kwe Ceja Gbé, no Bairro de Imabiê, no município supracitado. Nesse ponto, duas entrevistas foram aplicadas a sacerdotisa deste templo, além de idas ao campo. Em suma, esta dissertação objetiva, em sentido mais amplo, apresentar a potencialidade que o Racismo Religioso tem para construir territórios. Nesse sentido, valendo-nos do fato de que a cidade de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, concentrou no ano em questão o maior índice de preconceito religioso da Baixada Fluminense, escolhemos um terreiro deste município para embasarmos, numa realidade prática, a nossa afirmativa, qual seja, a de que o racismo religioso constrói territórios. Para tanto, uma pesquisa de caráter exploratório, somada a bibliografias que norteavam o nosso fazer acadêmico, uniu-se a entrevistas semi estruturadas, aplicada em campo. Todavia, no decorrer do texto, não somente o ataque ocorrido neste terreiro, qual seja, o Kwe Ceja Gbé, da sacerdotisa conceição de Olissa, mas uma trama desde o período colonial, de maneira sucinta, é desvelada em todo o corpo textual, onde um processo de epistemicídio ao saber ancestral negro é empreendido até chegarmos aos ataques que vemos aos terreiros de candomblés. O resultado que chegamos não findam o debate, mais ampliam a discussão, pois, concluímos, verdadeiramente, que o processo colonial confluiu para uma consciência que demonizou as praticas candomblecistas, que se mantém como verdadeiros quilombos, ou seja, espaços de resistências da cultura negra.