Associação experimental entre o morcego hematófago Desmodus rotundus (e.Geoffroy, 1810) (Chiroptera: Phyllostomidae) e a "mosca-da-bicheira" Cochliomyia hominivorax (Coquerel, 1858) (Diptera: Calliphoridae) e aspectos bieoconômicos desta miíase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Piccinini, Rogério Serrão lattes
Orientador(a): Peracchi, Adriano Lúcio lattes
Banca de defesa: Peracchi, Adriano Lúcio, Borja, Gonzalo Efrain Moya, Araújo, José Luiz de Barros, Lopes, Hugo de Souza, Fonseca, Adivaldo Henrique da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e Da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18174
Resumo: Verificou-se o grau de associação existente entre a mosca-da-bicheira Corhliomya hominivorax (Coquerel, 1858) e o morcego hematófago Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 1810) através de estudos experimentais. Observou-se que as moscas ovipositaram, as posturas eclodiram e as larvas penetraram e se desenvolveram nos ferimentos causados pelos morcegos nos bovinos. Houve um completo desenvolvimento larvas, sem qualquer fator prejudicial ou inibidor no ferimento, que prejudicasse as larvas. As moscas preferiram os ferimentos causados pelos morcegos (41,67%) aos ferimentos provocados por instrumento cirúrgico (4,17%) e os morcegos reutilizaram 29,4% dos ferimentos com posturas nas suas bordas e recusaram 70,6% deles. Do mesmo modo, reutilizaram ferimentos com miíases neles instaladas. Eles também não abriram novos ferimentos nos bovinos, frente à instalação de miíases naqueles ferimentos por eles antes utilizados, em número significativo, contudo, à medida que evoluia a miíase, eles tendiam a rejeitar o ferimento onde ela estava instalada, com um índice em torno de 6% a cada 24 horas de evolução. Além disso, não foram registradas reutilizações após 144 horas (seis dias) de instalação das miíases. Os morcegos preferiram certas regiões corporais dos bovinos, sendo o tórax e a paleta as mais utilizadas. Dentre as regiões mais atacadas pelos morcegos, as moscas preferiram o pescoço, a cernelha e a paleta para oviposição, sendo positiva a correlação entre as regiões preferidas pelos morcegos e pelas moscas. Os estudos complementares efetuados mostraram que as miíases influenciaram negativamente no ganho de peso dos bezerros desmamados (até um ano de idade) e de sobreano (de um a dois anos de idade) sendo que uma ou três miíases instaladas em bezerros desmamados não influenciaram, estatisticamente, no ganho de peso. Já nos bezerros de sobreano, três miíases fizeram com que o ganho de peso fosse inferior ao dos bezerros submetidos a uma miíase. Estes animais comparados aos do grupo controle obtiveram menor ganho de peso. Nem todos os animais feridos pelos morcegos que receberam posturas adquiriram miíases, mas 80% dos animais submetidos às moscas adquiriram-nas. Aproximadamente a metade das posturas evoluiu para miíases. Os ferimentos novos foram os que receberam maior número de posturas (46,88%) e tiveram o maior número de miíases (80%). As moscas revisitaram 39% dos ferimentos causados pelos morcegos e com larvas instaladas. Trinta e dois por cento dos ferimentos que receberam posturas desenvolveram miíases. Aproximadamente a metade das posturas primárias (48%) ou não eclodiram ou foram removidas mecanicamente pelos bovinos. Uma vez que a associação entre as moscas e os morcegos foi demonstrada ser verda184. deira, torna-se necessário efetuar o controle desses morcegos para melhor proteger os rebanhos dos prejuízos econômicos devidos não só à predação por eles causada mas também pelas miíases ocorridas.