Avaliação epidemiológica da diarreia em uma coorte de bezerras, no Município de Piraí, RJ.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fagundes, Thais Ferreira lattes
Orientador(a): Pereira, Maria Julia Salim lattes
Banca de defesa: Rocha, Christiane Maria Barcellos Magalhães da, Oliveira, Francisco Carlos Rodrigues de, Souza, Guilherme Nunes de, Bevilacqua, Paula Dias
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
GEE
Palavras-chave em Inglês:
GEE
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9781
Resumo: Este trabalho teve como objetivos realizar uma analise descritiva da diarreia e da infecção por parasitas; estudar a associação entre a diarreia e os possíveis fatores de risco: infecção por Cryptosporidium, Giardia, Eimeria e helmintos, idade, falha na transferência de imunidade passiva (FTP) tipo de fertilização (produção in vitro de embriões-PIVE, inseminação artificial- IA e monta natural), mãe novilha ou vaca e peso ao nascer, além de avaliar a influência da diarreia sobre o ganho de peso semanal de bezerras leiteiras criadas no sistema de casinhas tropicais, em uma propriedade de produção leiteira de Piraí, Estado do Rio de Janeiro. No período de setembro de 2009 a junho de 2011, semanalmente, foram realizadas coleta de fezes e dados de registro, e pesagem das bezerras. O sangue foi coletado após a ingestão de colostro. As bezerras foram recrutadas à medida que nasciam e acompanhadas até cem dias de idade, morte ou término do estudo. As amostras fecais foram classificadas como normais - consistência firme, cor marrom, períneo e cauda da bezerra limpos e secos ou diarreicas - pastosa, períneo ou cauda do animal sujos com fezes; ou aquosa, períneo ou cauda da bezerra sujos com fezes. Modelos de regressão logística via equações estimadas generalizadas foram utilizados para estudar os determinantes da diarreia, estimando-se os riscos relativos (RR). Modelos de regressão gaussiano via equações estimadas generalizadas foram utlizados para analisar a relação entre o ganho de peso semanal e a diarreia. Para ambos os modelos, adotaram-se intervalos com 90% de confiança. Cento e dezoito bezerras foram acompanhadas, totalizando 1457 amostras fecais. As taxas de incidência de diarreia, de infecção por Cryptosporidium, G. intestinalis, Eimeria e por helmintos foram 25,7, 13,2, 16,6, 26,9 e 7,3 casos novos por 100 bezerrassemana, respectivamente. Em bezerras com até 30 dias de idade, o tipo de fertilização PIVE [RR= 0,33 (IC 90% 0,14; 0,75)] é um fator de proteção e a infecção por Cryptosporidium spp [RR= 1,95 (IC 90% 1,22; 3,12)] fator de risco. Já para bezerras de 31 a 100 dias, PIVE [RR=0,50 (IC 90% 0,28; 0,89)] e peso ao nascer ≥ 40 kg [RR= 0,65 (IC 90% 0,47; 0,89)] são fatores de proteção. Observou-se que quanto maiores a idade (p<0,001) e o peso ao nascer (p=0,10), maior foi o ganho de peso. Em parte, a diarreia observada na faixa etária até 30 dias, pode ser explicada pela infecção por Cryptosporidium e apesar da falta de significância estatística, a FTP, aumenta o risco de diarreia, devendo-se dispensar maior cuidado à administração de colostro. Adicionalmente, para a faixa etária de 31 a 100 dias atenção especial deve ser dispensada àquelas que nasceram com baixo peso. As variáveis que influenciaram no ganho de peso das bezerras da propriedade, em geral, diferem das citadas na literatura, uma vez que a mãe e a absorção de imunoglobulinas do colostro não tiveram efeito sobre o ganho de peso. Embora o efeito da diarreia sobre o ganho de peso não tenha sido estatisticamente significativo sua relevância clínica deve ser considerada.