Morfologia e ultraestrutura de larvas de nematóides encontradas em Achatina fulica Bowdich, 1822 (Mollusca, Gastropoda) e sua relação com a atividade antrópica no município de Mesquita, Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Acuña, Daniele de Oliveira Franco
Orientador(a): Silva, Jairo Pinheiro da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14103
Resumo: O molusco Achatina fulica (Caramujo gigante africano) é registrado em quase todo território nacional, havendo a possibilidade de atuar como hospedeiro de parasitos do homem. Este estudo objetivou descrever a morfologia dos estágios larvais de nematóides encontrados em A. fulica, através de microscopia de luz e eletrônica de varredura, e relacionar a prevalência de infecção aos locais de coleta dos moluscos e à atividade antrópica. Sessenta moluscos foram coletados de abril de 2006 a abril de 2007, no município de Mesquita, RJ, transferidos para o laboratório, mantidos em terrários, medidos e dissecados para verificação da infecção, distribuição dos cistos pelos tecidos do molusco, coleta dos cistos e obtenção das larvas. Procedeu-se a fixação e o processamento para microscopia de luz e eletrônica de varredura. A ocorrência de A. fulica na área menos conservada foi maior que na área mais conservada. Porém não houve uma relação significativa entre a intensidade de infecção aos locais de coleta e à atividade antrópica. Quatorze moluscos (23%) estavam infectados e o maior número de cistos verificado por molusco foi de 130 e o menor de 01, em moluscos que apresentavam 106 e 55mm de comprimento de concha, respectivamente. Foi observada uma forte correlação entre o tamanho do molusco e o número de cistos encontrados e maior concentração destes na cavidade paleal, 87%. Desse total, 49% estavam na área mais vascularizada e 38% na menos vascularizada da cavidade. Os cistos apresentavam formato esférico, coloração rosada e mediam de 0,97 a 1,57mm de diâmetro e na maioria das vezes com uma única larva que se encontrava envolvida por um material amorfo. Foram recuperadas 222 larvas encistadas. Destas, 30 foram utilizadas no estudo morfológico. O comprimento das larvas variou de 2,57 a 5,8mm, sendo classificados em: pequeno até 3,5mm; médio de 3,53 a 4,5mm e grande - acima de 4,52mm. O comprimento médio das larvas nos três grupos foi de 2,85; 3,87 e 5,23mm, respectivamente, e a média total de 4,2mm. As larvas apresentavam cutícula branca, brilhante e estriada no sentido transversal e linha lateral até a extremidade posterior do corpo. Na extremidade anterior, observa-se a boca provida de três lábios, com anfídios e papilas, seguida por um esôfago musculoso com comprimento médio de 0,61mm, terminando em um bulbo esofagiano. O anel nervoso foi observado no terço médio do esôfago e o intestino termina em uma abertura localizada próximo à extremidade posterior. A cauda, com comprimento variando de 0,15 a 0,42mm, se forma a partir desta abertura e apresenta dois tipos de terminações: abrupta ou que afina gradativamente. A diferença na terminação da cauda pode sugerir dimorfismo sexual, apesar de não terem sido observados primórdios de órgãos reprodutores. Com os resultados obtidos não foi possível a identificação ao nível específico, havendo dessa forma a necessidade de continuação deste estudo. A densidade populacional expressiva de A. fulica observada na área menos conservada confirma a influência da ação antrópica sobre a dispersão deste molusco.