Sistemas agroflorestais como estratégia de ocupação agrícola em zonas de amortecimento - um estudo de caso no município de Guapimirim-RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Raslan, Mahmuod Abbas
Orientador(a): Campello, Eduardo Francia Carneiro lattes
Banca de defesa: Moraes, Luiz Fernando Duarte de lattes, Paula, Patrícia Diniz de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10457
Resumo: Os sistemas agroflorestais (SAF) fazem parte das estratégias seculares que permitem estabelecer um modo de produção que mantenha e renove os recursos naturais, especialmente nas áreas tropicais. O presente estudo de caso de um grupo de agricultores estabelecido no município de Guapimirim, estado do Rio de Janeiro, foi realizado com o objetivo de avaliar se sua localização no entorno de Unidades de Conservação foi relevante na tomada de decisão em adotar sistemas agroflorestais como forma de produção de alimentos e geração de renda. Para tanto, avaliou-se os processos de construção dos sistemas produtivos e as possíveis contribuições originadas da paisagem florestal predominante na região. O estudo envolveu agricultores familiares que se organizavam na Associação de Produtores Rurais e Artesãos da Microbacia do Fojo – AFOJO e comercializavam nas feiras orgânicas de Guapimirim e do CCS e CT da UFRJ. O município estava inserido na área de abrangência de Unidades de Conservação como o Parque Nacional da Serra dos órgãos e as APA de Guapimirim e Guapi-Guapiaçu. Os dados foram coletados através de reuniões com os agricultores e de visitas a seis unidades familiares de produção, utilizando-se as técnicas de DRP de caminhadas transversais e entrevistas semiestruturadas. Ainda, obteve-se informações junto as entidades de extensão e assessoria técnica que trabalharam com o grupo. Os resultados demonstraram que não houve influência direta das UC do entorno para a adoção dos SAF. Constatou-se que o principal motivo foi o auxílio de assessoria técnica e de extensão rural, feito principalmente por organizações não governamentais. De qualquer forma, o uso de sistemas agroflorestais trouxe aspectos positivos no contexto ambiental, com a evidente manutenção da paisagem florestal em uma região que ainda guarda remanescentes da Mata Atlântica, e no contexto social e econômico, com as famílias pesquisadas conseguindo se manter no meio rural com a produção agrícola. As famílias demonstraram ser possível gerar renda e garantir a sua manutenção, recuperando e conservando o ambiente local. Os agricultores do Fojo construíram sistemas agroflorestais diversos com o uso de espécies como banana, pupunha, citros, jaca, manga, goiaba e, especialmente, o café conilon, cujas etapas de produção, desde a colheita até a torrefação, moagem e embalagem, eram realizadas exclusivamente por eles, sendo considerado como o produto de identidade do grupo. Aproveitaram, ainda, espécies florestais nativas que se encontravam esparsas na região e plantaram novos indivíduos, como pau-jacaré, ingazeiro e embaúba. Utilizavam nos seus SAF técnicas de baixo uso de insumos externos, promovendo a conservação dos recursos naturais e a sustentabilidade do sistema. A localização permitia também a oportunidade para os agricultores do Fojo promoverem a venda direta ao consumidor final de produtos diferenciados, com um apelo da autentica produção agroflorestal.