Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Bezerra, Miquéias de Medeiros |
Orientador(a): |
Santos, Magno Francisco de Jesus |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45825
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Resumo: |
Esse trabalho lidou com a problemática dos usos do passado pelo presente, mais detidamente, o uso mitológico. Para tal fim, debruçou-se sobre os espaços sagrados devotados aos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, ou Protomártires do Brasil, mais especificamente, tangente aos três santuários, centros de função religiosa, criados pela Arquidiocese de Natal em Canguaretama, São Gonçalo do Amarante e Natal, municípios do Rio Grande do Norte. Visou-se investigar os elementos recapturados e agenciados pela referida arquidiocese, seus fiéis e colaboradores com vista à composição dos santuários, no espaço temporal de 29 anos (1988 a 2017), no qual foi demandado beatificação, canonização de atores e sujeitos que sofreram martírio e a construção de espaços sagrados. Para tal fim, nessa circunspecção, almejou-se analisar e refletir a respeito de que tecnologias de memória foram cooptadas e a quais retóricas na contemporaneidade se pretenderam os santuários; de que forma e com qual intuito os vestígios do passado e de uma memória foram aludidos e aventados publicamente pelos processos de feitura dos santuários; e que tipo de topofilias esses espaços sacralizados pretenderam aflorar, disparar ou estabelecer no público apreciador. Os principais pressupostos teórico-metodológicos advieram da noção de história como mito e da operação historiográfica, bem como do conceito de hierópolis, referindo-se a um local de confluência de uma demonstração de fé que adquire nítida espacialidade. Há nas hierópolis uma ritualística sacroprofânica na qual o sagrado e o profano, apesar de distintos, não se opõem e nem se excluem. Nestes vínculos, demonstra-se uma força propulsora do fenômeno religioso redimensionando o econômico, o político, o social, o lugar e a organização espacial. Quanto às fontes, somou-se textos dos cronistas coevos, algumas obras historiográficas que abordaram os Mártires e a primeira edição do livro Protomártires do Brasil: Cunhaú e Uruaçu – RN, do monsenhor Francisco de Assis Pereira, postulador da causa dos Mártires. Ao concluirmos nossas análises e reflexões, observamos que fora efetuado um uso mitológico do passado, criando-se uma narrativa e espaços dentro dos quais os fiéis pudessem habitar e encontrar sentido, significado e direção. |