Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Marília Colares |
Orientador(a): |
Costa, Ademir Araújo da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32231
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Resumo: |
A pesquisa teve como propósito analisar as intervenções urbanas que atuam nas frentes de água e que reestruturam o entorno da área portuária da cidade de Fortaleza a partir da produção do espaço. Admitimos como recorte temporal o início do século XXI, e mais especificamente, os anos de 2000 a 2017. Partimos da tese de que as políticas urbanas são direcionadas para espaços privilegiados da cidade, nesse caso, as frentes de águas que correspondem ao trecho da Avenida Beira Mar. Para compreender a experiência fenomênica do recorte empírico, nos apoiamos nos aportes teóricos fomentados pelo método regressivo-progressivo, o que nos possibilitou entender a produção do espaço urbano das frentes de água de Fortaleza contextualizadas a uma totalidade. Entretanto, com base nesse método, recorremos aos processos históricos para desvendar as dinâmicas atuais, quando no decorrer da segunda metade do século XX, o espaço litorâneo torna-se um dos mais valorizados e disputados da cidade, fazendo com que o poder público começasse a efetivar distintas intervenções que culminou na incorporação e renovação urbana. Hoje, o segmento que compreende os bairros Praia de Iracema, Meireles e Mucuripe é marcado pela estreita relação das dinâmicas imobiliária e turística, caracterizado pelo elevado preço do solo urbano, pela concentração de condomínios residenciais e hotéis de alto padrão e pelas melhores condições de acesso aos serviços e infraestrutura urbana. Ao mesmo tempo, Fortaleza mantém uma importante particularidade no tocante à ocupação de suas frentes de água, visto que se caracteriza por uma cidade intensamente fragmentada, segregada, espoliada e que denuncia através do seu tecido urbano as desigualdades de todas as ordens. No atual contexto de empreendedorismo na governança urbana, e da consolidação de um planejamento estratégico, entendemos que essas intervenções urbanas surgem como gatilho para a incorporação imobiliária, na mesma proporção que o Estado cria e moderniza novos equipamentos urbanos e turísticos, a exemplo do Terminal Marítimo de Passageiros, o Aquário do Ceará e o Mercado do Peixe. Esses empreendimentos vão ao encontro das ideias de “requalificação” de áreas urbanas centrais e de frentes de água que já foram concretizadas em outras cidades no mundo, como as verificadas nas experiências das cidades americanas, da Península Ibérica (Portugal e Espanha) e dos projetos pioneiros no Brasil. Destacamos em nossa investigação os projetos que nesse momento estão sendo executados e concretizados nas frentes de água e que apontam uma nova proposta urbana para a cidade de Fortaleza. Constatamos através da pesquisa, que os investimentos em grandes projetos estão ligados à renovação urbana na cidade de Fortaleza e que se dão na produção de um cenário construído para atender os interesses de grandes agentes privados, o que intensifica e aguça as disparidades socioespaciais na cidade. Para a concretização de um projeto como a Nova Beira Mar identificamos algumas intencionalidades relacionadas à desburocratização da atuação do setor privado e alterações de finalidades jurídicas em prol do surgimento e elaboração de novos equipamentos, ou a modernização daqueles já existentes. Novas intervenções são pensadas e efetivadas buscando fomentar a inserção competitiva da cidade nos fluxos da economia global, gerando novos conflitos e formas de resistência. |