Avaliação da atenção humanizada ao abortamento em maternidade-escola, em Natal, Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rocha, Bianca Nunes Guedes do Amaral
Orientador(a): Uchoa, Severina Alice da Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19813
Resumo: A gravidez, não planejada, é vivenciada por milhões de mulheres em todo o mundo. Esse fato aumenta o risco de morbimortalidade ligada ao aborto. Este estudo objetivou avaliar os avanços e desafios da implantação da Atenção Humanizada ao Abortamento em Maternidade-Escola, em Natal, Rio Grande do Norte. A Pesquisa foi avaliativa, precedida por um Estudo de Avaliabilidade e seu delineamento um Estudo de Caso. A amostra intencional totalizou 102 sujeitos, sendo 60 usuárias, 39 profissionais e 3 gestores. As técnicas de coleta foram análise documental, entrevista-semiestruturada e observação com diário de campo. A análise documental foi descritiva e para as entrevistas e o diário de campo utilizou-se a Análise de Conteúdo de Bardin. No estudo de avaliabilidade, verificou-se que a atenção humanizada ao abortamento é um programa avaliável com elaboração e pactuação do modelo lógico, da matriz dos indicadores e das perguntas avaliativas. No Estudo de Caso, as usuárias demonstraram satisfação quanto à resolutividade do atendimento e ao acesso. Contudo, identificaram inadequação na ambiência, na escuta qualificada e no planejamento reprodutivo. Os profissionais retrataram que a deficiência do serviço consiste na infraestutura e na ambiência, consideradas insuficientes e inadequadas para uma assistência humanizada, sobretudo, em relação às acomodações das pacientes, à escassez de leitos, ao número reduzido de salas no centro cirúrgico e à falta de laboratório dentro da Maternidade. Além disso, o planejamento reprodutivo não consiste em uma prática institucionalizada no serviço, e não se efetiva a integralidade com outros serviços e nem a parceria com a comunidade. Conclui-se que apesar da satisfação das usuárias quanto à resolutividade do atendimento e facilidade no acesso, há a necessidade da implementação dos sistemas de escuta qualificada, efetivação da sistematização do trabalho em equipe, implementação de ouvidorias e pesquisas de satisfação; não prevaleceu o direito de escolha compartilhada entre as mulheres e os profissionais acerca da opção pelo procedimento de esvaziamento uterino; a ambiência foi a categoria apontada como a que mais necessita de mudanças, visto como um fator limitante para o desenvolvimento de práticas humanizadas e acolhedoras; os profissionais de saúde não instituem uma rotina periódica de planejamento das condutas e estas não estão articuladas com a Norma Técnica; é preciso haver a incorporação de orientações e disponibilização de uma pluralidade de métodos e possibilidades de escolhas para o planejamento familiar; não há institucionalização da referência e contrareferência e nem parcerias com a comunidade, inviabilizando a integralidade da atenção. A Norma precisa ser incluída nos planos de ações dos gestores, como uma das prioridades na construção das estratégias de atenção à saúde da mulher, de maneira a viabilizar, aliada a outras iniciativas, a real integração entre serviço de conduta segura, rede de cuidados primários e organizações sociais, a fim de garantir o respeito aos direitos humanos e a um atendimento humanizado adequado, como forma de atenção e prevenção do aborto.