Gasto com a internação de idosos em unidades de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Bonfada, Diego
Orientador(a): Lima, Kênio Costa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20588
Resumo: O envelhecimento populacional no Brasil ressalta a necessidade de discutir o gerenciamento adequado do orçamento destinado à saúde, em especial nos setores de alta complexidade, onde coexistem procedimentos onerosos, recursos limitados e necessidade de contenção de despesas, mesmo diante de uma demanda crescente e diretamente proporcional ao aumento do número de idosos. Objetivo: Desta forma, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar os gastos decorrentes da internação de idosos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e seus fatores associados. Métodos: Trata-se de um estudo seccional, de abordagem quantitativa e com caráter descritivo-exploratório. Os dados foram coletados em prontuários de idosos internados em UTI em Natal-RN, entre primeiro de novembro de 2013 e 31 de janeiro de 2014. As variáveis coletadas relacionam-se ao perfil sócio demográfico, quadro de morbidade e caracterização da internação. A variável dependente foi categorizada pelo quartil 75, em alto e baixo gasto de internação e submetida ao teste de Qui-quadrado com as variáveis independentes da pesquisa. As associações que apresentaram p<0,20 na análise bivariada foram submetidas à técnica da regressão logística múltipla. Optou-se pela construção de três modelos de regressão a partir do algoritmo supracitado: um chamado de modelo de regressão geral, composto por todas as 493 internações do estudo, outro somente para os 181 indivíduos internados no Sistema Único de Saúde (SUS) e um terceiro referente aos 312 casos provenientes da rede de assistência privada. Resultados: No modelo de regressão geral, as variáveis doenças respiratória, instituição privada, paciente desorientado e acidente vascular cerebral prévio foram associadas à maior probabilidade de alto gasto na internação em UTI. Por sua vez, nas internações do SUS, essa probabilidade foi associada à paciente desorientado, com 80 anos ou mais, com Sepse e Internação por motivo clínico. Já nos casos provenientes da rede privada, o alto gasto foi associado à doença respiratória, ventilação mecânica, internação por motivo clínico e aos pacientes desorientados. Conclusão: O aumento dos gastos com a internação de idosos em terapia intensiva depende das condições clinicas dos indivíduos. Isso evidência a importância de evitar internações decorrentes de agravos sensíveis à atenção primária, por meio da prevenção a saúde e garantia de assistência integral ao idoso. Além disso, a obtenção de modelos explicativos distintos, segundo a esfera administrativa do hospital, demonstra a importância da organização dos serviços de saúde na composição dos gastos da internação de idosos. Outro destaque foi a necessidade de melhorar o financiamento em saúde em termos quantitativos e qualitativos, usando de maneira racional os recursos disponíveis e evitando internações desnecessárias de idosos inseridos nos extremos de gravidade. Diante da carência de toda ordem de recursos, internar em UTI um idoso em condições não críticas ou em estado terminal pode comprometer a qualidade dos serviços prestados àqueles que realmente necessitam de cuidado intensivo.