Entre telas e conexões: uma proposta de cuidado antimanicomial no contexto pandêmico (2020 - 2023)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campelo, Camila Barbosa
Orientador(a): Londero, Mário Francis Petry
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57986
Resumo: A presente pesquisa se configura na intenção de rememorar e compartilhar experiências de Acompanhamento Terapêutico (AT) exercido de forma híbrida, com encontros virtuais e presenciais, no contexto do distanciamento social ocorrido no advento da pandemia do novo coronavírus e após. O encontro com dois convivas do Centro de Convivência e Cultura de Natal (CECCO), os quais chamamos de Inventores, Coragem e Viagem - numa referência a seus modos de estar no mundo - é a base que funda esta proposta construída em cooperação, espaço de convocação provocadora de deslocamentos e invenções, tendo em vista as outras vias de escuta mobilizadas para além do modelo da psicoterapia demandada inicialmente pelo serviço. Orientada pela teoria e prática do AT como clínica-política-antimanicomial, utilizou- se como método a produção de narrativas cartográficas, a partir dos registros do vivido feitos em diários de campo nomeados Diários de Andanças, almejando explorar as possibilidades de reinvenção de uma clínica antimanicomial frente ao contexto pandêmico. As experiências de AT narradas apontam para a abertura dos espaços relacionais diante dos efeitos de intensificação do sofrimento trazidos pelo isolamento social e restrição do acesso aos serviços de saúde mental, falam da potência da invenção de novos modos de escuta da singularidade diante das prisões operadas pela medicalização e silenciamento do sofrimento. Neste exercício de coabitação do AT, surge a capacidade de delimitar o Outro e cavar lugar para o sujeito singular e se coloca na ordem do dia a urgência da luta pela efetivação da Rede de Atenção Psicossocial sucateada pelo sistema capitalista à serviço da lógica neoliberal. O contato do AT com a RAPS de Natal aparece como agente desinstitucionalizante, confirmando-se a necessidade de seu lugar permanente na rede, para além dos projetos universitários e conectado com as demandas urgentes dos trabalhadores da saúde da cidade.