Contos da África anglófona: uma proposta para o desenvolvimento da competência intercultural crítica na formação de professores de inglês no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Guil, Marcelle Feigol
Orientador(a): Canan, Ana Graça
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29421
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a Competência Intercultural Crítica e seu desenvolvimento na formação de professores de inglês como língua adicional (ILA) no Brasil. Com o intuito de contribuir para a prática da Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e cultura da África e afro-brasileira em todo o currículo escolar, elaboramos uma proposta didática utilizando contos africanos anglófonos como instrumento pedagógico. Essa perspectiva oferece amplas possibilidades em sala de aula para que estudantes da graduação em Letras/Inglês nas universidades brasileiras possam se conscientizar sobre a importância dessa Lei (MUNANGA, 2015) por meio de uma abordagem intercultural crítica, proporcionando o contato com conteúdos que viabilizam uma maior compreensão acerca dos processos históricos e da multiplicidade de culturas de países africanos que possuem o inglês como língua oficial, tais como Nigéria e África do Sul. A metodologia de nossa pesquisa baseia-se no paradigma qualitativo de caráter crítico-interpretativista (DENZIN; LINCOLN, 2008), devido ao seu compromisso social na defesa de um ensino de ILA preocupado com a educação para as relações étnico-raciais e ao seu interesse em produzir conhecimento e transformação, almejando aprimorar as práticas docentes para além do ensino da língua para fins comunicativos. Nosso referencial teórico apoiase, primeiramente, em teorias críticas voltadas para a educação, com ênfase nas ideias de Adorno (1971/1975), na Pedagogia Crítica de Freire (1968/1998) e Giroux (2011), na Linguística Aplicada Crítica (PENNYCOOK, 2001; MOITA LOPES, 2006) e na Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 1989). Ao tratarmos de uma abordagem intercultural crítica no ensino de línguas (BYRAM, 1997; DERVIN, 2010) através do texto literário, levamos em conta os conceitos de identidade, alteridade e representação (EAGLETON, 2003; BHABHA, 1998; SANTOS, 2002; DERVIN, 2010,), bem como de letramento literário e gêneros discursivos (BAKHTIN, 1992; KRAMSCH, 1993). Nossa proposta didática baseia-se na Sequência Básica para o Letramento Literário (COSSON, 2006) em associação à Teoria Dialética do Conhecimento (VASCONCELLOS, 1992) e inclui dois contos: “The Time Story”, de Chimamanda N. Adichie (2006/ 2010) e “The Ultimate Safari”, de Nadine Gordimer (1989/ 2008). Consideramos que o trabalho com textos literários a partir de uma abordagem intercultural crítica abre espaço para o reconhecimento das desigualdades, das diferenças e ideologias presentes em diversas culturas e sociedades, possibilitando uma reflexão acerca de nossas próprias atitudes e uma ação transformadora no contexto da educação. Assim, acreditamos que esta proposta poderá contribuir para uma conscientização acerca da educação para as relações étnico-raciais e para o desenvolvimento da competência intercultural crítica do futuro docente de ILA, bem como de suas capacidades interpretativas e discursivas.