A produção textual no ensino fundamental: processo de retextualização com o gênero memórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Câmara, José Aurélio da
Orientador(a): Azevedo, Josilete Alves Moreira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21251
Resumo: O ensino de Língua Portuguesa nas escolas públicas no Brasil, na maioria das vezes, limita-se, ainda, ao estudo de fragmentos textuais descontextualizados, à memorização de nomenclaturas e ao culto às normas gramaticais. Nessa perspectiva, ao considerarmos a língua como prática social e cultural, cuja nascente emerge na interação entre os sujeitos é que buscamos, através deste estudo, propor uma intervenção pedagógica que priorizasse os processos de retextualização da fala para a escrita a partir do gênero memórias, visando à melhoria das competências discursivas do educando. Assim, atentando para essas inquietações e na tentativa de contribuir com a melhoria do ensino de Língua Portuguesa no ensino fundamental, elegemos como locus privilegiado uma turma do 9º ano do ensino fundamental de uma escola estadual em Bento Fernandes/RN, cujo corpus de análise foi formado por textos produzidos e retextualizados pelos alunos a partir de relatos orais de idosos da comunidade local. Nesse intento, buscamos compreender o que é memória, sua importância para o registro da língua falada e da cultura locais, bem como realizar ações didáticas que favorecessem a aprendizagem dos alunos nas atividades de produção textual. À luz das perspectivas teóricas das relações linguístico-discursivas e tomando por base o contínuo da relação entre oralidade e escrita propostas por Marcuschi (1993, 1997, 2001, 2002, 2006, 2008, 2010) e nas discussões propostas por Antunes (2003, 2014), Alves Filho (2011), Koch (2012), Bakhtin (1992, 2011), procuramos compreender, com base na análise das memórias retextualizadas, como estas práticas se complementam nesse processo de oralidade e escrita. No que tange à proposta das sequências didáticas, o estudo foi norteado pelas orientações de Dolz e Scheneuwly (2004), e acerca das memórias, nos estudos de Coracine e Ghiraldelo (2011), Le Goff (2010, 2013). Nessa direção, este trabalho seguiu as orientações da pesquisa-ação, numa abordagem qualitativa, considerando o professor (o pesquisador) como um agente ativo envolvido no processo de produção de conhecimento em sua própria prática pedagógica, podendo, assim, interferir na mediação, na produção do conhecimento e na sua disseminação no contexto particular da sala de aula, locus privilegiado da construção e transformação do conhecimento. Muito há de ser pesquisado nesta área de retextualização, embora, verificamos que esta intervenção pedagógica pautada nos operadores discursivos de retextualização viabilizou-se como um eficiente caminho para nós professores trabalharmos as peculiaridades de usos e funções dos gêneros textuais nas modalidades orais e escritas de uma língua sem pautar-se em dicotomias entre ambas. Isto nos credenciou a fortalecer o discurso que desfaz vários mitos ainda presentes nessa ordem. Principalmente, aquele que causa maior dano para os aprendizes da Língua Portuguesa: o de que a escrita é uma representação da fala.