Registro alimentar fotografado: desenvolvimento e validação de protocolo para pessoas com deficiência visual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Borges, Thaís Lima Dias
Orientador(a): Bagni, Ursula Viana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28756
Resumo: Pesquisas que avaliem o consumo alimentar e dietético de pessoas com deficiência visual ainda são escassas em âmbito nacional e internacional, e não empregam métodos validados para essa população. O desenvolvimento de estratégias alternativas para avaliação do consumo alimentar e dietético adaptadas à realidade da pessoa com deficiência visual é necessário para apoiar as ações de promoção à saúde e prevenção de agravos, bem como proporcionar mais autonomia nos cuidados em saúde e nutrição junto a essa população. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver e validar protocolo para a realização de registro alimentar fotografado por pessoas com deficiência visual a partir de câmera de telefone celular. Trata-se de um estudo de desenvolvimento e validação, realizado em três etapas. A primeira centrou-se na técnica para o registro fotográfico de alimentos por pessoas com deficiência visual a partir de telefone celular e na redação dos protocolos para sua execução. Na segunda, pessoas com deficiência visual realizaram o registro fotográfico de três refeições padronizadas (desjejum, almoço/jantar e lanche), seguindo os protocolos desenvolvidos na etapa anterior. Na terceira procedeu-se a validação dos protocolos, pela avaliação das fotografias por painéis de especialistas quanto ao enquadramento, foco e ângulo para a identificar os tipos e quantidades dos alimento/preparações, a partir de uma escala Likert de cinco pontos. Nessa etapa os especialistas também realizaram registro alimentar estimado com base na observação das fotos, para comparação com o registro alimentar pesado das respectivas refeições. Foram desenvolvidos e testados cinco protocolos, permanecendo apenas dois, considerados os mais adequados em relação à autonomia, segurança, discrição e rapidez para a obtenção das fotografias, denominados “Foto Frontal” (câmera a 45º em relação à refeição) e “Foto Aérea” (câmera a 90º em relação à refeição). Ambos foram aplicados por 40 pessoas com deficiência visual, sendo a maioria cegos (77,5%), do sexo masculino (67,5%) com idade ≥ 40 anos (57,5%). A frequência de fotos consideradas satisfatórias em ambos os protocolos foi elevada para todos os atributos avaliados. Para a Foto Frontal, a concordância entre os especialistas foi substancial em relação ao enquadramento para identificar o tipo de alimento (Kappa de Fleiss = 0,70 e p<0,05), a quantidade de alimento (Kappa de Fleiss = 0,65 e p<0,05) e o tamanho da porção (Kappa de Fleiss = 0,60 e p<0,05). Já para a Foto Aérea, houve substancial concordância do enquadramento para identificar o tipo e a quantidade de alimento (Kappa de Fleiss = 0,60 e p<0,05, em ambos os atributos). Nos dois os protocolos os especialistas acertaram 100% dos alimentos presentes nas refeições, com exceção do café com leite e frango grelhado (90% de acerto). Na comparação entre o registro alimentar pesado e o estimado pelos especialistas, em ambos protocolos a estimativa da quantidade de alimento foi melhor para o pão francês, café com leite e suco de uva industrializado. Conclui-se, que os protocolos desenvolvidos são factíveis de serem realizados por pessoas com deficiência visual e podem ser utilizados para avaliação qualitativa de seu consumo alimentar. Por fim, indica-se a adoção de estratégias adjacentes para avaliação quantitativa da ingestão dietética pelo profissional, a ser encaminhada juntamente com as fotografias.