Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Revorêdo, Rafael Ângelo |
Orientador(a): |
Gavilan, Simone Almeida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46930
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Resumo: |
Entre os impactos antrópicos sofridos pelas aves, as colisões desses animais em estruturas lineares, especialmente em linhas de energia, se mostram cada vez mais frequentes e alarmantes. Estudos sobre esse tema, entretanto, são ainda recentes e escassos, especialmente na América do Sul e no Brasil. Aves migratórias são animais que geralmente se destacam nesse tipo de impacto, dentre as quais tem-se as espécies marinhas Sterna dougallii (ROST) e Sterna hirundo (COTE) que migram para costa sul-americana durante o inverno boreal e podem ser encontrados no litoral do Rio Grande do Norte (RN). Representantes dessas duas espécies começaram a ser encontrados pelas equipes de monitoramento de praia do Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN), próximos a uma linha de distribuição de energia, com sinais de colisão, em uma praia do litoral do RN entre os anos de 2010 e 2020. Amostras dos tecidos dos animais que não sobreviveram foram armazenados no banco de amostras biológicas do PCCBUERN. Por serem aves com uma sazonalidade reprodutiva bem definida, suas gônadas passam por mudanças periódicas, porém pouco se sabe sobre a biologia reprodutiva a nível histológico, assim como sobre o estágio gonadal dos animais que que são impactados pela linha de distribuição no nordeste brasileiro. Frente a essa casuística, a presente pesquisa buscou caracterizar os eventos de colisões de aves em uma linha de energia no município de Galinhos/RN, diante de modificações do ambiente associadas a construção de um parque eólico, assim como descrever a morfologia das gônadas e o estágio gonadal de indivíduos envolvidos na problemática. Os dados de colisão (local, data, biometria do animal) foram coletados entre 2010 e 2020 diariamente e ininterruptamente através do monitoramento da faixa de praia onde está a linha de distribuição. As aves encontradas tinham suas coordenadas registradas e caso estivessem vivas eram encaminhadas para o Centro de Reabilitação de Fauna Marinha do PCCB-UERN. A partir das gônadas de 62 aves que foram a óbito, as quais foram fixadas em formol 10% e submetidas a rotina laboratorial para preparação de lâminas histológicas, foi analisada a biologia reprodutiva incluindo descrição histológica gonadal, estágio gonadal e proporção entre os sexos. As análises histológicas das gônadas revelaram um padrão correspondente ao de outras espécies de aves. Os ovários apresentaram a região do córtex com folículos em diferentes fases de maturação e também uma região medular bem pronunciada; os testículos apresentaram túbulos seminíferos com lúmens estreitados e epitélio seminífero sem produção de espermatozoides, assim como um tecido intersticial bem desenvolvido. Quanto aos registros de colisões, essa pesquisa indicou que houve um aumento significativo na frequência de colisão de aves com a linha de distribuição de energia, coincidindo com a instalação de um parque eólico em uma praia vizinha, e que se manteve mesmo após a instalação de sinalizadores em parte dos fios da linha. Pesquisas demonstram que parques eólicos podem causar deslocamento em rotas de voos de aves, o que pode indicar uma possível influência do parque no aumento das colisões. Em suma essa pesquisa aponta eventos de colisão de aves em linhas de energia nunca antes registrados no RN por falta de monitoramento, indica a possível influência de um parque eólico nesse processo e elucida aspectos histológicos da biologia reprodutiva das espécies de aves impactadas. |